Até 9 de maio, foram servidas 12.396 refeições, mais de 3 toneladas e meia de comida saudável
Por Felipe de Araújo Chersoni e Coletivo de Comunicação do MTST
O trabalho se inicia a todo vapor desde as 5 horas da manhã, quando parte da militância e alguns apoiadores começam a chegar na cozinha solidária do MTST na cidade de Porto Alegre. Enquanto parte destas pessoas organizam as marmitas em que os alimentos serão, com carinho, armazenados, as panelas exalam o cheiro dos temperos previamente selecionados. Aqui ninguém fica parado e cada um recebe uma tarefa. No estoque, cada coisa em seu lugar, enquanto na sala ao lado os kits de higiene masculinos e femininos são embalados, mais à frente o brechó recebe todos os cuidados, afinal, logo o povo começa a chegar.
Às 9 da manhã, o café é servido e ao meio-dia as marmitas são entregues. As filas dobram o quarteirão e o bom tratamento é a regra! Porto Alegre não enfrenta bons momentos, a cidade é palco de uma das maiores tragédias da história brasileira. Reflexos de uma política predatória insistentemente contestada pela literatura científica especializada. Já são mais de 68.519 pessoas em abrigo e 107 óbitos em um cenário que muito se assemelha a uma guerra.
No meio da correria, é anunciado: já foram servidas mais de 2,5 mil marmitas! Sob aplausos, o trabalho não para. Até o dia 9 de maio, foram servidas 12.396 refeições, totalizando mais de 3 toneladas e meia de comida saudável entregue à população gaúcha, contando com a colaboração de uma rede de mais de 500 pessoas desde a última sexta-feira (10). Em uma força-tarefa que se potencializou para dar conta da demanda populacional afetada diretamente e indiretamente pela crise político-climática, são pessoas que tiveram seus lares invadidos pela água e/ou que se encontram sem água potável e energia elétrica.
São diversos os territórios porto-alegrenses nos quais o trabalho da cozinha solidária tem chegado, como por exemplo: Sarandi; Morro da Cruz; Lami; Morro do Osso; Dique; Fidalgos; Mario Quintana; Quilombo; CSA; Resgates; Lacyta, dentre outros. O ponto de arrecadação é a própria cozinha, que se encontra na Avenida da Azenha, 608.
A força-tarefa também conta com outros movimentos parceiros, como: Marcha Mundial das Mulheres RS; Movimento dos Atingidos por Barragens no Sul do Brasil (MAB); Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e Amigas da Terra. É, neste sentido, que a luta se potencializa em um movimento colaborativo de massa necessário em tempos de avanço do capital predatório neoliberal que se reflete em severas crises climáticas.
Para você que deseja contribuir com as ações do movimento e não sabe como, o PIX de arrecadação é: [email protected] ou para maiores informações https://apoia.se/enchentesrs. O Povo Salva o Povo! A luta é pra valer!
Edição: Thalita Pires