Ato contra bloqueio

Jovens marcham em Caracas contra sanções dos EUA sobre a Venezuela

Em discurso, Maduro valorizou o ato da juventude: 'Vocês são o futuro da democracia no século 21'

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, caminhou com os manifestantes até o palco montado no centro de Caracas - Prensa Presidencial

A juventude do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) reuniu jovens nesta sexta-feira (17) nas ruas da capital, Caracas, para se posicionar contra as sanções dos Estados Unidos contra o governo venezuelano. O presidente Nicolás Maduro participou do ato e discursou ao final do evento.

A chamada Caminhada da Juventude e dos Estudantes foi o último evento do 3º Congresso da Organização Bolivariana Estudantil. Os manifestantes deixaram a avenida Libertador e foram até o Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano. Além da Juventude do PSUV, integrantes do Movimento Futuro estiveram presentes no ato.

Maduro caminhou com os manifestantes. Em seu discurso, disse que os “jovens estão formando a democracia do século 21”. Afirmou também que a organização é fundamental para garantir um “processo popular e participativo”. O chefe do Executivo recebeu as propostas do congresso e disse ter aprovado as ideias dos estudantes. 

O presidente também fez menção às eleições de 28 de julho e disse que nenhum outro candidato apresentou um plano de governo

As manifestações também fazem parte de uma campanha nacional para coletar assinaturas para pedir ao presidente dos EUA, Joe Biden, o fim das sanções. Mas não foram só os jovens que protestaram contra as medidas coercitivas estadunidenses. Durante a semana, as Forças Armadas e o Ministérios da Defesa também se manifestaram contra o bloqueio.

O ministro Vladimir Padrino López afirmou que as mais de 930 sanções impostas pelos EUA e Europa fizeram “muito mal” aos venezuelanos e que a população está conseguindo derrotar as sanções “com trabalho criativo e uma revitalização econômica que é fruto do esforço próprio e de um modelo produtivo diversificado” e concluiu: “Nós sabemos defender a paz e a tranquilidade”.

Os Estados Unidos começaram a aplicar medidas coercitivas contra a economia venezuelana em 2015, quando o bloqueio atingiu a indústria petroleira, principal setor da economia venezuelana. Em 2023, os Estados Unidos flexibilizaram as sanções depois da assinatura do acordo de Barbados entre governo e oposição que determinava os critérios para a realização das eleições no país, mas em janeiro começaram a retomar as medidas depois que a Justiça da Venezuela confirmou a inabilitação de María Corina Machado por 15 anos.

Em 17 de abril, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou que vai substituir a licença 44, que permitia que a Venezuela negociasse petróleo no mercado internacional. Com isso, empresas que quiserem negociar com a petroleira PDVSA terão que ter o aval da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA.

A licença 44 foi substituída pela licença 44A, que determina que as empresas que mantêm negócios com a PDVSA devem encerrar as atividades até 31 de maio e pedir autorização da OFAC para retomar os negócios. Na prática, é uma forma de tornar o processo de negociação mais burocrático com a estatal venezuelana.

Edição: Rodrigo Durão Coelho