A lista de responsáveis pela catástrofe climática que atinge o Rio Grande do Sul é longa
Olá!
O Rio Grande do Sul vive momentos de terror e agonia e sem o Estado não há salvação.
.A ocasião faz o centrão. A tragédia no Rio Grande do Sul é ilustrativa das amarras que impedem Lula de governar. Em cima, o teto de gastos. Abaixo, um parlamentarismo movido a emendas. Não à toa, Lula levou Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) junto ao Rio Grande do Sul e deixou claro que reconstrução dependia de que os gastos não entrassem na conta do arcabouço fiscal e que os deputados tivessem a decência de destinar as suas emendas para o estado. Lula aproveitou a carta branca do Congresso para liberar R$ 18,3 bilhões em obras do PAC voltadas à prevenção de desastres e o governo discute também o encaminhamento de alguma solução para o endividamento histórico do Rio Grande do Sul. Porém, a urgência e gravidade da situação faz tudo isso parecer pouco. Mesmo assim, as vozes do mercado se levantam para alertar que salvar vidas pode comprometer a sacrossanta meta fiscal. As amarras fiscais, inclusive, são um dos motivos para a baixa capacidade de prevenção à catástrofe climática por municípios e estados, alerta o especialista em Direito Ambiental, Alessandro Azzoni. Outros, como o Estadão, também acusam o governo e o centrão de usarem a catástrofe climática como desculpa para liberar verbas com objetivos eleitorais. De sua parte, Lula sabe que a emergência climática não pode esperar e já entendeu que terá que esgarçar os limites da austeridade para governar, ainda mais com a popularidade do governo estagnada e com o risco de que a perda da produção agrícola gaúcha agrave a inflação dos alimentos. Enquanto isso, Campos Neto também prestava um auxílio emergencial aos rentistas: o corte de apenas 0,25% nos juros significou a entrega de um valor sete vezes maior do que a ajuda ao RS para os banqueiros. Com a água no pescoço, o governo segue sem consenso sobre que rumo tomar. Enquanto uns querem ampliar o investimento público, outros ecoam o "veja bem" da austeridade do mercado, como a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que numa hora dessas está preocupada mesmo é em planejar a redução das despesas obrigatórias do governo.
.Ponto Final: nossas recomendações.
.O quão distantes estamos do pleno emprego? No ICl, Marcelo Manzano e José Dari Krein destrincham os números de um mercado de trabalho desestruturado.
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.Solução verde ou negócio? Guilhotina, o podcast do Diplô Brasil, discute o que é afinal uma Transição Energética Justa.
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Nome: Instituto Brasileiro de Solidariedade
* Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile.
** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato
Edição: Nicolau Soares