Apoio internacional

Venezuela, Cuba e Bolívia prestam solidariedade ao Brasil por enchentes no Rio Grande do Sul

Alba-TCP divulgou nota afirmando que é preciso 'seguir lutando' contra as consequências das mudanças climáticas

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Segundo o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, o rio Guaíba deve demorar ao menos 30 dias para voltar ao nível abaixo da cota de inundação - Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado Comércio dos Povos (Alba-TCP) divulgou uma carta nesta terça-feira (7) prestando solidariedade ao "povo e ao governo brasileiro" pelas fortes chuvas que causaram enchentes em todo o Rio Grande do Sul. O documento foi assinado pela Alba, que conta com a participação da Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua entre os integrantes.

Na nota, a entidade lamenta as perdas humanas e materiais e expressa condolências às famílias das vítimas. A Alba afirma também que está acompanhando os esforços do Estado brasileiro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dar uma resposta rápida aos acontecimentos e respaldo às famílias atingidas. O documento afirma também que a organização dá todo apoio ao Brasil neste momento. 

O texto lembra também que as inundações registradas nos últimos dias no estado brasileiro superaram as enchentes de 1941. Naquele ano, o Guaíba levou 32 dias para voltar aos parâmetros abaixo da cota de inundação quando a água alcançou 4,76 metros. Segundo os órgãos oficiais, o maior nível registrado na enchente de 2024 foi de 5,33 metros, no último domingo (5).

A Alba também completa o texto afirmando que este foi o 4º desastre ambiental deste tipo no país e que é preciso "seguir lutando contra as devastadoras consequências das mudanças climáticas e reunir esforços para a mitigação de riscos para essas situações". 

O chanceler venezuelano, Yván Gil, já havia oferecido apoio ao governo brasileiro na última sexta-feira (3) em nome do governo da Venezuela e do presidente Nicolás Maduro. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, também enviou uma mensagem a Lula prestando solidariedade e afirmando que acompanha de perto "a grave situação climática no Rio Grande do Sul".

Dados atualizados

O boletim divulgado pela Defesa Civil estadual indica que a medição realizada às 9h15 desta terça-feira (7) mostrou que o patamar de inundação estava em 5,25 metros. Esta elevação é provocada por chuvas torrenciais que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril e que já resultaram na morte de 90 pessoas. Ainda de acordo com a Defesa Civil, outros 4 óbitos estão sob investigação. Há 132 pessoas desaparecidas e outras 361 feridas.

Conforme o boletim, 155.741 pessoas estão desalojadas e 48.187 estão acolhidas em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 388 relatam problemas relacionados a temporais e enchentes. A população afetada passa de 1,36 milhões.

A previsão de chuva a partir da metade desta semana em áreas já devastadas por temporais volta a deixar a população do estado em alerta. Além das chuvas, existe a possibilidade de rajadas de vento intensa, superiores a 100km/h. O Inmet também sinaliza risco de queda de granizo.

Edição: Thalita Pires