A última audiência pública antes da votação em segundo turno da privatização da Sabesp pela Câmara de São Paulo está acontecendo fechada para parte da população. Cerca de 300 pessoas compareceram à Casa Legislativa, porém foram barradas por um novo limite de pessoas no Plenário, com a justificativa de garantir a segurança do prédio.
"Nunca teve limitação na história da Câmara, não pode ter porque é pública. Se falta espaço tem que arrumar um espaço maior para fazer, que tem aqui na Câmara inclusive", afirma o Anderson Guahy, secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema).
O espaço a que Guahy refere-se é o Plenário 1º de Maio da Casa Legislativa, o maior espaço para sessões da Câmara. A audiência pública está sendo realizada no Salão Nobre, com capacidade menor. Ainda assim, Guahy relata que há locais vazios na sala, e enviou imagens com os assentos vagos. "E a população ainda está lá fora", reclama.
As poucas pessoas que puderam entrar conseguiram lugar por meio da distribuição de 40 senhas no começo do dia ou amparadas por um vereador da oposição. Cada parlamentar conseguiu entrar com cerca de três pessoas. A população, no entanto, continua a chegar do lado de fora. Segundo o Sintaema, cerca de 400 pessoas estavam em frente a Câmara por volta das 13h.
"A cada momento chega mais ônibus trazendo trabalhador, trazendo movimentos sociais", afirma Guahy. "Está chegando o carro de som pra gente começar a fazer um ato."
Para o sindicalista, o impedimento da entrada de parte da população é uma estratégia política da presidência da Câmara para avançar a pauta com menos alarde. "Milton Leite está tratorando apesar da pressão popular. Em todas as audiências públicas, até na pesquisa que eles mesmos fizeram, a população se coloca 63% contra a privatização", diz.
A reportagem do Brasil de Fato tentou contato com a Câmara Municipal para conseguir um posicionamento sobre a população cuja entrada foi barrada, mas não teve retorno. O texto será atualizado caso haja manifestação.
Edição: Thalita Pires