O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados abriu, nesta quarta-feira (24), um processo disciplinar contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de agredir fisicamente e expulsar à força das dependências do Congresso um "militante" do Movimento Brasil Livre (MBL).
O episódio que deu origem ao processo aconteceu no último dia 16 (terça-feira), quando Gabriel Costenaro, em nome do MBL, foi à Câmara para gravar vídeos constrangendo parlamentares de esquerda. Glauber, que já tinha sido vítima de provocações por parte de Costenaro, reagiu e o expulsou do local.
"Não me orgulho daquilo que fiz, mas não me arrependo. A minha ação é da proporcionalidade. De acordo com o que determina a legislação brasileira, eu vou reagir à injusta agressão", disse o deputado, em fala registrada pela Agência Câmara. "O marginal foi denunciado e responde por violência contra mulheres. Ontem [23] foi para a internet mais uma vez xingar a mim e a minha mãe", complementou.
Em entrevista ao site Opera Mundi, Glauber disse que aceita críticas pela postura que tomou no episódio da última semana, mas afirmou que a atitude que tomou pode ser referência para que sejam organizadas respostas coletivas às estratégias de constrangimento praticadas pela extrema direita.
"Que essa oportunidade sirva para que a gente organize nossos comitês de segurança e a gente já tenha traçado taticamente nossa forma de reação quando atacados por esses fascistas do MBL ou por outras organizações de extrema direita que tentam fazer, de forma permanente, uma ação intimidatória contra os nossos", pontuou.
Relator pode ser do PL
O processo disciplinar foi aberto a partir de representação do partido Novo. Esta é a terceira representação do tipo contra o deputado, que já foi acusado pelo PL, partido oficial do bolsonarismo, de ofender o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em processo que foi arquivado; e de agredir fisicamente o deputado Abilio Brunini (este processo ainda está em andamento).
Glauber chegou a pedir que os parlamentares do PL fossem excluídos do sorteio que definiria o relator do caso, mas o pedido foi negado. O sorteio definiu que a relatoria ficará a cargo de parlamentar a ser definido entre Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Rosângela Reis (PL-MG) e Sydney Leite (PSD-AM).
* Com informações da Agência Câmara de Notícias.
Edição: Matheus Alves de Almeida