Professores e servidores municipais de Almirante Tamandaré, na grande Curitiba, estão desde o dia 16 de abril mobilizados para reivindicar reajuste dos salários.
Após considerar que todas as vias de diálogo com a Prefeitura de Almirante Tamandaré foram esgotadas, os servidores públicos do município decidiram pela greve, que ocorreu nos dias 17 e 18 de abril. O município pediu à Justiça a suspensão da paralisação e a aplicação de multas aos servidores em caso de descumprimento.
Em entrevista à rádio Banda B, a presidente do Sindicato dos Professores e Servidores Municipais de Almirante Tamandaré (Sinprosmat), Claudia de Lima Duarte, disse que entre as exigências da categoria estão o pagamento de vale-alimentação e oferta de plano de saúde. Com base no piso nacional, a entidade pede reajuste de 3,62% na folha de pagamento.
Segundo a liderança, as perdas salariais acumuladas têm forçado muitos servidores a buscar emprego em municípios vizinhos, prejudicando não só os trabalhadores, mas também a qualidade dos serviços à comunidade. Denúncias de falta de profissionais e acúmulo de funções são constantes.
"Sem negociar uma proposta que atenda às necessidades do funcionalismo da cidade, a Prefeitura judicializou a greve, uma medida temerária que ameaça o legítimo direito de greve dos servidores, configurando uma tentativa de limitar sua mobilização", afirma nota de apoio do Sindicato Municipal de Curitiba, o Sismmac.
Posição da gestão municipal
O posicionamento do município aponta que, por conta das eleições municipais previstas para outubro, "não pode conceder aumento maior do que a recomposição da inflação do período". De acordo com o apontamento da gestão, "conceder o reajuste pedido pelos professores e servidores, mais plano de saúde e vale-alimentação, provocaria um efeito cascata insustentável na folha de pagamento, inclusive o atual orçamento está sendo executado, não há como alterá-lo para incluir este e outros pedidos. Por mais merecedores que os professores e servidores sejam, a questão é meramente financeira. Os cofres da prefeitura não conseguiriam suportar um incremento tão significativo nos gastos com as categoria profissionais."
Ganhos acima da inflação no Brasil
Segue alto o índice dos aumentos reais nas negociações coletivas. A avaliação é do Dieese, que publica o boletim mensal "De Olho nas Negociações".
O informativo de março mostra que 85,7% das negociações obtiveram ganho real. Abaixo da inflação, 4,4%. Em fevereiro, negociações inferiores ao INPC haviam ficado em somente 4,7%.
*Com informações de CUT, Sismmac e Banda B.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Pedro Carrano