O Irã iniciou na noite deste sábado (13) ataques com drones e mísseis contra o território de Israel. A informação foi confirmada pela agência estatal iraniana IRNA, pelas autoridades israelenses e pelos EUA.
"O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica [Forças Armadas do Irã] anunciou na manhã de domingo que dezenas de drones e mísseis foram disparados contra os territórios ocupados e posições do regime sionista", publicou a IRNA.
A ação seria uma retaliação contra a destruição do consulado do Irã em Damasco, na Síria, ocasionada por um bombardeio de Israel no dia 1º de abril que deixou um alto oficial militar iraniano morto.
Momentos depois do ataque, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que atacar a sede diplomática foi "atacar nosso solo" e prometeu "punição" a Israel.
"O regime sionista malicioso, que é só maldade e erro, adicionou outro erro a seus erros ao lançar um ataque ao consulado do Irã na Síria. [...] Ele deve ser punido e será punido", disse.
O episódio eleva a tensão entre Teerã e Tel Aviv e aumenta o risco de uma regionalização do conflito que vem ocorrendo entre israelenses e o Hamas na Faixa de Gaza. O massacre cometido pelas forças de Israel na região já deixou mais de 33 mil mortos, a maioria mulheres e crianças palestinas.
Mais cedo neste sábado, o Irã já havia apreendido uma embarcação comercial ligada a Israel no estreito de Hormuz.
Segundo a IRNA, o navio MCS Aries, de bandeira portuguesa, seria gerido pela Zodiac Maritime, empresa ligada ao empresário israelense Eyal Ofer. A embarcação foi conduzida pela Força Naval Especial do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irã (IRGC) para águas territoriais do Irã.
A ação ocorreu após o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmar nesta sexta-feira (12) que esperava "cedo ou tarde" um ataque do Irã contra Israel. "Não faça", ameaçou o democrata.
Já neste sábado, Biden abandonou sua residência em Delaware e retornou à Casa Branca, em Washington, para tratar da escalada de tensão.
Edição: Lucas Estanislau