A mobilização para a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontece ano que vem em Belém, já começou entre organizações da sociedade civil do Pará.
No início deste mês, diversos coletivos estiveram reunidos no 3º Encontro Cidades da Amazônia e do Brasil e um dos principais objetivos foi, justamente, preparar a atuação da população do Pará durante o evento global.
“Nosso objetivo com esse evento pré-COP fazer esse grande encontro, abrir essa discussão entre nós organizações não governamentais, sociedade civil e todo mundo, para dialogar e compreender quais são as nossas questões e as nossas demandas, principalmente por esse viés de adaptação às mudanças climáticas”, explica Jade Jares, cofundadora e gerente de projetos do Laboratório da Cidade, organização que atuou no Encontro
Em entrevista ao programa Bem Viver desta sexta-feira (12), a especialista explicou mais detalhes do objetivo do evento e fez um balanço das atividades.
Jares destacou a participação de professores de escolas públicas no interior do estado, que “levaram projetos para comunidades ribeirinhas, de uma arquitetura mais sustentável às comunidades”, cita como exemplo.
Confira a entrevista completa:
Brasil de Fato: Quais foram os objetivos do Encontro, especialmente nessa edição pré-COP 30?
Jade Jares: É a nossa terceira edição. Esse ano, a gente queria não só amplificar o evento, como também colocar ele muito mais direcionado para a questão da Amazônia, principalmente com a questão da COP 30.
Nosso objetivo com esse evento pré-COP fazer esse grande encontro, abrir essa discussão entre nós organizações não governamentais, sociedade civil e todo mundo, para dialogar e compreender quais são as nossas questões e as nossas demandas, principalmente por esse viés de adaptação às mudanças climáticas.
O encontro proporcionou um diálogo também com estudantes e pesquisadores que já se debruçam sobre esas temáticas. Qual a importância dessa troca?
A gente faz esse evento para todo mundo: toda a sociedade civil e organizações.
Vemos a grande importância de ter essa aproximação com estudos, comprovações, dados, para que a gente tome cada vez mais conhecimento e juntos a gente realmente dialogue e se profissionalize pela nossa cidade, pensando no plano diretor, em todas essas políticas públicas, de que forma a gente pode participar. Para a gente também poder cobrar e fazer parte de tudo isso, pensando nas nossas cidades.
Um dos destaques da programação foi a mostra de projetos, que contou com a seleção de 20 ideias sobre adaptações às mudanças climáticas. Você poderia contar um pouco mais sobre elas?
Nossa, destacar um dos projetos é até difícil, porque quando a gente faz a curadoria dos que vão ser selecionados, a gente já pede na verdade que sejam enviados com o tema de adaptações às mudanças climáticas. Foi o tema desse ano, né?
É exatamente para a gente ter essa troca de entender outras pessoas, alunos, organizações, profissionais do meio, enfim, outras pessoas que estão também trabalhando e fazendo projetos com os mesmos intuitos que a gente.
Então, é difícil até destacar um, na verdade, porque tem vários.
Tem professores de escolas que levaram projetos de uma arquitetura mais sustentável às comunidades ribeirinhas.
Teve vários projetos que eu acho que se encaixam com o que a gente queria falar quanto ao evento, que se encaixam no que nós imaginamos para uma cidade mais sustentável.
Eu acho que é ter essa troca, fazer essas redes, não só de urbanismo social, como também de uma arquitetura social, como de projetos em geral, que visem, que proporcionem e pensem juntos cidades mais sustentáveis
E como aconteceram as atividades paralelas?
A gente tenta botá-las no meio do evento, de forma que os microtemas sejam mais aprofundados. No evento todo a gente trabalha com os macrotemas, e nas atividades a gente consegue entrar em algumas questões.
Entramos na questão de habitação dentro das questões de mudanças climática. Na questão da comunicação, como trabalhar com os biomas.
Então, a gente consegue trabalhar mais diretamente em alguns pequenos temas e direcionar mais o público. E aí, cada um vai para que se identifica.
Nas atividades de vivências, os encontristas puderam percorrer espaços públicos de Belém e iniciativas de organizações e entidades. Qual era o objetivo desse momento?
A gente faz as vivências no domingo, que é já o encerramento do evento. É como se fosse pegar tudo que a gente falou, ouviu durante o evento inteiro e fazer uma visita técnica, uma atividade in loco.
É um momento da gente viver a cidade, sair um pouco daquele local onde está todo mundo sentado para um mais aberto, mais interativo, uma coisa mais dinâmica mesmo.
Os painéis estiveram centrados nas questões de sustentabilidade da Amazônia, com foco especial na realização da COP 30. Qual é a importância de os amazônidas estarem se articulando, se aproximando e protagonizando essas discussões?
Nessa COP em Belém, que nós vamos participar, acho que a gente precisa se organizar pra entender quais as questões que a gente vai levar.
A gente acredita muito que esse pensamento e planejamento colaborativo seja válido, porque os protagonistas das cidades somos nós. É a sociedade civil. E de uma forma muito particular de cada local. Porque em Belém vai ser de um jeito, em Manaus vai ser de outro, em Santarém, por exemplo, vai ser outro.
Para os próximos períodos, foram deixados encaminhamentos a partir do encontro?
Eu acho que a gente pode falar principalmente do comitê da COP 30. Foi a estreia dele dentro do encontro cidades. Foi a plenária final do evento.
Até então, tem quatro organizações juntas, que é o Laboratório da Cidade, Mapinguari, Mandi e o Tapajós de Fato, que ainda estão também abertos para receber outras organizações, para realmente fazer esse comitê para eles tomarem a frente de fazer a montagem da que vai ser levada para a COP.
Então, eu acho que ainda vai ser um grande processo, ainda vai ter muito diálogo, muita dinâmica pra gente ter algo finalizado até ano que vem.
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Edição: Matheus Alves de Almeida