No marco dos 60 anos do golpe de Estado que instaurou a ditadura civil-militar no Brasil, organizações que lutam por memória, verdade e justiça, ao lado de partidos políticos, mandatos parlamentares, movimentos sociais e entidades da sociedade civil convocaram o ato “60 anos do golpe: Ditadura Nunca Mais”, nesta segunda-feira (1º), a partir das 15h, no Centro do Rio de Janeiro.
A concentração da manifestação ocorre na esquina da rua da Relação com a rua dos Inválidos, em frente ao prédio do antigo Departamento de Ordem e Política Social (Dops), palco de graves violações de direitos humanos ao longo de todo o século XX. Depois da concentração, a caminhada seguirá até o Centro Acadêmico (Caco) da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio (FND/UFRJ), símbolo da resistência democrática e das lutas populares, onde será realizada a entrega anual da Medalha Chico Mendes de Resistência pelo Grupo Tortura Nunca Mais, a partir das 18h.
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Entre os homenageados estão movimentos internacionais de apoio a resistência palestina BDS e Stop the Wall; Gonzaguinha, uma importante voz da resistência; Historias Desobedientes, da Argentina, Leonel de Moura Brizola; os lutadores por moradia, terra e direitos humanos Maria Criseide da Silva e Wellington Marcelino Romana; Norberto Nehring, assassinado pela ditadura; Pastor Mozart, resistente e solidário desde os tempos da ditadura; os Quilombos do Sapê do Norte do Espírito Santo, ainda hoje ameaçados pelas Forças Armadas e pela empresa Suzano S/A e Ranúsia Alves Rodrigues, assassinada pela ditadura.
De acordo com a organização da manifestação e da entrega da medalha, o objetivo é "reafirmar que o Brasil não tolera mais que as elites econômicas queiram impor seus projetos regressivos para o país por meio de golpes militares", diz trecho da nota. Entre as reivindicações, estão o pedido de penalizações aos golpistas de 1964 e de 8 de janeiro de 2023, a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, a transformação do prédio do antigo Dops em um espaço de memória e pela abertura dos arquivos da ditadura.
Edição: Mariana Pitasse