Na última quarta-feira (20), docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal do Cariri (UFCA), e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) aprovaram em Assembleia Geral o indicativo para a construção de uma greve unificada da educação e do funcionalismo público federal.
A assembleia aconteceu nos jardins da reitoria da UFC, em Fortaleza (CE), sendo também transmitida de forma virtual para os campi do interior, e contou com a presença de 243 professores. Entre os encaminhamentos, estão a formação de comitês de mobilização nas universidades e a realização de plebiscito.
A presidenta do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato), Irenísia Oliveira, afirma que é necessário deixar claro para o governo Lula que os docentes não vão acatar o reajuste zero e perdas salariais inflacionárias em um governo que foi amplamente defendido e construído pela categoria, e por isso, seguirão mobilizando os profissionais da categoria. “Não é penalizando o trabalhador que conseguiremos avançar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos”, encerrou.
A pauta vem à tona seguindo as deliberações do 42º Congresso do ANDES-SN, ocorrido este ano em Fortaleza, no Campus do Pici da UFC, reunindo mais de 600 professores de 86 sindicatos de todo o país. Com a realização do congresso, ficou deliberada a construção de uma greve do Sindicato Nacional diante da frustração com mais uma rodada de negociação com o Palácio do Planalto, sem sucesso. Desde então, em diversas universidades federais espalhadas pelo país, docentes têm se organizado na construção de assembleias para discutir a aderência ao estado de greve.
Em paralelo ao indicativo de greve da educação por parte dos docentes de universidades, desde o dia 11 de março, servidores técnico-administrativos (TAEs) entraram oficialmente em estado de greve, e tem garantido ainda a mobilização de docentes para movimentação já existente. A decisão de greve por parte dos servidores, no entanto, não é repentina. Ela ocorreu após oito meses de reuniões, sem quaisquer avanços, da Mesa Nacional de Negociação Permanente, da qual participaram interlocutores do governo federal, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, e entidades sindicais.
Entenda a proposta reivindicada pela categoria docente
A reunião de 28 de fevereiro foi a primeira rodada da mesa de negociação do ano, sendo concluída sem avanços sobre a recomposição salarial de servidores e demais demandas apresentadas na contra proposta protocolada pela bancada sindical no dia 31 de janeiro. O índice reivindicado para o bloco de servidores/as que reúne docentes federais é de 22,71%, dividido em 3 parcelas de 7,06% em 2024, 2025 e 2026. O cálculo considera as estimativas de inflação, conforme projeção do Banco Central. O governo federal, por sua vez, manteve a proposta apresentada no fim do ano passado de 9%, em duas parcelas de 4,5%, mas com a primeira a ser paga apenas em maio de 2025 e a outra metade em 2026, gerando revolta nas categorias.
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Fonte: BdF Ceará
Edição: Camila Garcia