Rio de Janeiro

Memória

Julieta Hernández, cicloativista morta no final de 2023, é homenageada na Câmara do Rio

Na cerimônia, irmã da jovem, Sophía Hernández, pediu ao presidente Lula atenção ao caso de feminicídio no Brasil

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Julia Emma Martínez de Hernández, mãe de Julieta, veio ao Rio para a cerimônia - Divulgação

Foi no Rio que nasceu Miss Jujuba, a personagem palhaça de Julieta Hernández, artista cicloviajante que teve sua vida interrompida brutalmente em Presidente Figueiredo, no Amazonas, no ano passado. Nesta semana, na última segunda-feira (18), Julieta foi homenageada com a Medalha Chiquinha Gonzaga, em cerimônia organizada na Câmara do Rio, pelo mandato da vereadora Luciana Boiteux (Psol).

A medalha foi entregue à irmã de Julieta, Sophía Hernández, que veio ao Rio acompanhada de sua mãe, Julia Emma Martínez de Hernández, para a cerimônia.

Leia também: Caso da venezuelana Julieta Hernández alerta sobre aumento de casos de feminicídio no Brasil

A artista viajava pelo Brasil com o espetáculo “Viagem de bicicleta de uma palhaça só… sozinha” quando foi vítima de feminicídio, em dezembro de 2023. Apesar de ter sido estuprada e ter tido o corpo queimado no interior do estado, o crime que resultou em sua morte não está sendo considerado como violência de gênero, de acordo com as autoridades locais. Durante a homenagem, Sophía fez um apelo às parlamentares presentes e ao presidente Lula para que deem atenção ao caso.

“Estamos aqui também para que saibam que o caso da minha irmã não está sendo considerado feminicídio, mas um delito patrimonial. Não podemos permitir isso. Estamos em luta para que o seu caso seja visto como é: um feminicídio, uma violência de gênero”, ressaltou Sophía. 


A medalha foi entregue à irmã de Julieta, Sophía Hernández / Divulgação

Durante a cerimônia, a vereadora Luciana Boiteux, falou sobre a importância de preservarmos a memória da artista. “Julieta não teve medo de seguir seus sonhos, era uma artista multicultural, seu compromisso era sempre com a alegria, com a arte, com a liberdade e com o cicloativismo. Sua memória também nos inspira a seguir lutando pelo direito das mulheres e de todas as pessoas que não cabem nas normas patriarcais, capitalistas e cisheteronormativas”.

Edição: Mariana Pitasse