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Amazônia Legal tem o menor desmatamento para janeiro e fevereiro em seis anos, segundo Imazon

Foram derrubados 196 quilômetros quadrados no primeiro bimestre. Ano passado, foram 523 quilômetros quadrados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A Amazônia Legal abarca nove estados brasileiros, correspondendo a cerca de 59% do território - Adriano Gambarini

A Amazônia Legal registrou o menor índice de desmatamento nos dois primeiros meses de 2024 em seis anos. A Amazônia Legal abarca nove estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão), correspondendo a cerca de 59% do território.  

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que utiliza informações do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do próprio instituto. O sistema utiliza uma metodologia diferente do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

No total, foram derrubados 196 quilômetros quadrados. No ano passado, no mesmo período, foram 523 quilômetros quadrados, uma diferença de 63% entre ambos os períodos

Apesar de alcançar o menor registro dos últimos seis anos, o índice do primeiro trimestre de 2024 vem ultrapassando os números calculados no mesmo período entre 2008 e 2017, com exceção de 2015. Nesses 10 anos, o território derrubado ficou abaixo de 150 quilômetros quadrados por ano. 

“Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas”, Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, ao g1.  

“Para isso, uma das prioridades do governo deve ser agilizar os processos em andamento de demarcação de terras indígenas e quilombolas e de criação de unidades de conservação, pois são esses os territórios que historicamente apresentam menor desmatamento na Amazônia.” 

Entre os estados da Amazônia Legal, aquele com a maior taxa de desmatamento foi Mato Grosso, com 32% de toda área desmatada. Depois vem Roraima (30%) e Amazonas (16%), representando 77% da Amazônia Legal. 

No Mato Grosso, o instituto atribui o alto desmatamento à expansão da agropecuária, principalmente nos municípios de Feliz Natal, Nova Maringá, Juína, Juara, Marcelândia e Canarana. Em Roraima, o desmatamento avançou sobre terras indígenas, incluindo Yanomami, Manoá-Pium e Raposa Serra do Sol. 

Edição: Vivian Virissimo