“A escalada das hostilidades na Faixa de Gaza está tendo um impacto catastrófico em crianças”, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na última sexta-feira (15). “Crianças estão morrendo em um nível alarmante”, destacou a nota. No mesmo dia, outra agência da ONU, de Assistência aos Refugiados da Palestina, afirmou que um terço das crianças com menos de dois anos no norte de Gaza está com desnutrição grave.
A taxa das crianças desta faixa etária com risco de morrer de fome dobrou desde que a ONU fez o último levantamento, em janeiro. Trata-se de um número “sem precedentes”, diz o órgão.
“Pelo menos 23 crianças no Norte da Faixa de Gaza morreram de desnutrição e desidratação nas últimas semanas, aumentando o número crescente de crianças mortas na Faixa no atual conflito – cerca de 13.450 segundo dados do Ministério da Saúde Palestino”, informou a Unicef.
A ONU estima que cerca de 1,7 milhão de pessoas tiveram que se deslocar de suas casas em Gaza por conta da guerra. Metade delas são crianças. “Elas não têm acesso suficiente a água, comida, combustível e remédios. Mais de 600 mil crianças estão presas em Rafah sozinhas, sem um lugar seguro para ir”, alertou comunicado da Unicef.
Após cinco meses de guerra, a cidade de Rafah, que fica no sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, se tornou um dos últimos lugares de refúgio dos palestinos contra os ataques de Israel.
Também na sexta-feira (15), enquanto a ONU soltava comunicados sobre os impactos da guerra nas crianças palestinas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) ataquem Rafah.
Apesar de negar as acusações, Israel responde pela denúncia de genocídio em Gaza na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A ação foi apresentada pela África do Sul e teve apoio do Brasil.
Edição: Lucas Estanislau