Ainda na noite do 14 de março de 2018, Anielle Franco percebeu que não poderia, simplesmente, reserva-se ao direito de apenas viver o luto do assassinato de sua irmã, a então vereadora pelo PSOL no Rio de Janeiro, Marielle Franco.
Embora não imaginasse que, cinco anos depois, estaria na linha de frente de um governo federal, ministra da Igualdade Racial comenta que "o senso de entender, ter a noção de que eu, talvez, tivesse que falar publicamente sobre tudo aquilo veio naquela noite. Me pararam para falar na noite do crime, me pararam para falar no próprio IML [Instituto Médico Legal], e eu acho que eu nunca participei de um momento de entrevista tão cheio como aquele até hoje na minha vida".
Em entrevista ao programa Bem Viver desta quinta-feira (14), a ministra falou sobre os seis anos do assassinato de sua irmã e das expectativas para elucidação do caso.
No momento, três pessoas estão presas acusadas de terem atuado na execução do crime: Ronnie Lessa, Elcio Queiroz e Maxwell Simões Corrêa. No entanto, ainda faltam respostas sobre as motivações e a articulação por trás do assassinato.
A ministra afirma que não tem diálogo de bastidor com o Ministério da Justiça nem com a Polícia Federal.
"A gente não tem acesso e nem pede, e eu, também por uma questão de segurança e ética, prefiro não ter nenhum acesso direto a ele em relação ao caso Marielle."
Confira a entrevista na íntegra:
Ministra, em que momento você percebeu que teria que lidar com a morte da sua irmão não apenas como uma familiar, mas também como uma autoridade? Que seria cobrada também pelas questões políticas que envolveram o crime?
Eu te confesso que foi na mesma noite. A minha ficha caiu na mesma noite, não só por ser a irmã, mas também por ter várias outras responsabilidades.
Muito porque eu não deixei que meus pais e minha sobrinha fossem até o local do crime da Mari. Então, eu que saio de casa naquela noite de 14 de março, e eu também que vou para o IML [Instituto Médico Legal] na manhã seguinte, que cuido de toda a questão da parte do enterro dela, que estava no velório na Câmara [dos Vereadores do Rio].
Então foram momentos que eu não tive como parar de chorar e sentar e esperar, porque eu não tinha quem fizesse. Nenhum dos meus pais, nem a minha sobrinha naquele momento estavam fortalecidos o suficiente para tomarem a frente daquilo. E quando eles receberam a notícia, os três praticamente caíram no chão e eu percebi, também, que alguém tinha que se manter de pé.
Foi um pouco dali que o senso de responsabilidade veio, mas o senso de entender e ter a noção de que eu talvez tivesse que falar publicamente veio naquela noite. Me pararam para falar na noite do crime, me pararam para falar no próprio IML, e eu acho que eu nunca participei de um momento de entrevista tão cheio como aquele até hoje na minha vida e depois também no velório.
Óbvio, ali no 14, 15 de março eu não sabia o tanto dos desafios que eu ainda teria pela frente enquanto figura pública, enquanto irmã da Mari, enquanto essa pessoa. Mas eu tive uma pequena noção e tive que me posicionar desde o início ali mesmo.
Imagino que naquele momento você não imaginaria que assumiria, cinco anos depois, o cargo de ministra de um governo federal, mas imaginava que teria que estar diante de uma posição política de muita responsabilidade?
Acho que tem duas coisas na sua pergunta que a gente precisa separar. Eu acho que, independente do cargo que eu estivesse, como não é a minha área, seja pela lei, justiça, eu não teria nenhuma possibilidade de ajudar, de ter acesso ao que ficou das investigações.
Mas por outro lado é que, desde o começo do que aconteceu com a Mari, as pessoas sempre falavam assim: "Ah, você vai precisar ocupar esse lugar, vai precisar estar aqui, está ali".
Muita gente falava muita coisa e eu quis tomar o meu tempo, sabe? Eu preferi criar um instituto, eu preferi me fortalecer. Eu não estava bem emocionalmente e até hoje eu acho que quando é esse assunto, eu acho que também nunca fico tranquila para falar sobre, sempre tem alguma coisa que a gente sente, o que pensa.
É óbvio que eu não me imaginaria nesse lugar, especificamente, enquanto ministra, mas eu sempre fui muito politizada e minha irmã também.
Isso é até uma coisa que eu falei ontem em uma outra entrevista, que é as pessoas não estão acostumadas a verem pessoas negras, principalmente mulheres negras, a assumirem legados políticos.
Porque, no final das contas, acaba que eu assumo o legado político da minha irmã. É comum você ver tio, primo, sobrinho, pai, filho, neto, passando quando o assunto é homens brancos na política, que é o normal.
A gente tem aí uma pequena porcentagem de mulheres e mulheres negras também. Então, eu não sei se, hoje, teria duas mulheres na política, com a minha irmã. Fosse a Mari em outro lugar e eu em outra esfera também, mas eu realmente eu não sei porque a gente sempre foi essas pessoas, sempre fomos das pessoas de querer falar, fazer.
Eu nunca pensei em ser ministra, óbvio, mas a gente nunca descartou a possibilidade de sermos politizadas e fazer política em todos os lugares, não necessariamente dentro do parlamento, do Executivo, enfim, de diversas formas que se faz.
Sua resposta me fez pensar como existem muitos exemplos de casos de racismo em que a sociedade acaba jogando a responsabilidade de arcar com as consequências para a própria população negra, para as próprias vítimas. Você sente que isso aconteceu neste caso? Você se sentiu a responsável por responder todas as questões sobre o assassinato de sua irmã?
Com certeza, e aí de várias maneiras. Eu acho que a sua pergunta é perfeita para vários âmbitos.
Eu tive que encarar isso nos trâmites legais de ser quem reconhece o corpo, o velório etc. Tive que encarar depois com as fake news que saíram da Mari e não só contra ela, mas que atingiam toda a família e também o legado, a memória dela. Era um racismo, um ódio do que aquela mulher negra estava se transformando e se transformou.
Em paralelo a isso, quando você traz essa comparação do que a gente passa de violência, o povo negro passa diariamente, e do que a gente teve que tomar a frente fazer, eu acho que tem frases que sempre ajudam nesse sentido, e uma famosa é "nós por nós".
É óbvio que a gente sabe que nem todo mundo é aliado, nem todo mundo tá pelas mesmas causas que você.
Mas quando a gente encontra pessoas que seguram na nossa mão e fazem coletivamente, fosse no crime da Mari, ou fosse em qualquer outro momento aqui, ou cuidando de qualquer que seja o da lado da vida, faz uma diferença para a gente, porque muitas vezes a gente se vê sozinho, em espaço de decisão, em tomar as decisões.
Embora você tenha acabado de explicar que todo esse legado não deve recair sobre você e seu ministério, queria te ouvir, ministra: quais medidas estão previstas para este 14 de março?
Nada, imagina, essa pergunta perfeita, até dava para a gente alencar tudo que a gente tem feito aqui e tá fazendo.
Primeiro, tem uma diferença. Eu vi que algumas mídias noticiaram que, esse ano, eu falei que queria aprovar esse PL do dia Marielle Franco [Projeto de Lei que cria o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça].
Na verdade, essa proposta é do dia 8 de março de 2023, feito, puxado e coordenado pela ministra Aparecida Gonçalves, que é a Ministra das Mulheres. Justamente para debater e pautar violência política de gênero e raça neste país, que não é algo simples.
A Marielle, ela é o ápice da exemplificação, da concretização, do acontecimento de violência política, mas não é a Anielle que quer fazer um dia.
Eu acho que isso é importante falar. A gente fez isso a várias mãos com as deputadas do parlamento, com as senadoras, com os meninos envolvidos, também, obviamente. A própria Janja sempre falou muito sobre violência política, e eu vivenciei a violência política no meu cotidiano aqui, assim como a Cida, assim como a Janja, assim como a Simone Tebet e outras vivenciam também. Óbvio, em esferas diferentes, mas vivenciam violências políticas das mais diversas maneiras. Isso é um ponto.
Eu fiquei três a quatro anos à frente da gestão do Instituto [Marielle Franco] e todo 14 de março nós fazíamos sempre uma missa um ato, enfim, um festival. Isso é o que está sendo pensado pelo Instituto Marielle Franco no Rio de Janeiro no 14 de março, mas vários coletivos também estão fazendo sua parte no 14.
No Ministério da Igualdade Racial a gente não tem nenhuma ação específica para 14 de março. Porém a gente tem uma ação específica para o 21 de março [Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial], que é um dia importante para nós, um dia que a gente vai estar lançando ou relançamento, na verdade, o Plano Juventude Negra Viva.
Porque passa por juventude viva, passa por melhoria de vida para as pessoas no âmbito de empregabilidade, de saúde, de cultura, de educação, de esportes, enfim.
Isso é uma coisa. Agora, desde o ano passado, a gente tem feito muitas ações diversas, fosse para as mulheres, fosse para os homens negros, a gente teve que priorizar, e desculpa me alongar essa resposta, mas eram prioridades que falavam desde o acesso a casa, a moradia digna, ao acesso à universidade, que a gente conseguiu renovar a lei de cotas.
A gente precisava pensar no serviço público como um todo. Então, agora a gente está nessa articulação do PL de cotas no serviço público, que é algo que a gente precisa e vai tentar com todas as nossas forças aprovar mais uma vez.
A gente teve mais de 50 ideias ano passado. O primeiro orçamento do Ministério da Igualdade Racial que foi um orçamento, eu diria, histórico.
O Ministério da Igualdade Racial é transversal e as pessoas precisam entender e aceitar que sozinhos não fazemos nada. Temos as ideias, mas a gente precisa fazer coletivamente.
Após quase um ano e meio à frente do ministério, você ainda sente desconfiança, seja por parte até de alguns colegas do governo, mas, principalmente, fora do governo, uma desconfiança de necessidade desse ministério?
Olha, dentro do governo acho que pelo contrário, e não é porque eu faço parte do governo, mas é porque tem sido, de fato, um movimento de parceria com todos os lugares, todos os ministros e ministras têm articulado.
A gente está na política. Então é ok as pessoas criticarem, não serem favoráveis, terem o que falar. O que não é comum nesse lugar é quando as críticas vêm carregadas de racismo, de ódio, de ameaça, de morte, ou quando vêm carregadas até mesmo de querer diminuir e simplificar um currículo que tem sido feito com muito esforço para a minha vida inteira, desde que eu me entendo por gente.
É ok quando a crítica é construtiva, é ok as pessoas falarem e se posicionarem diferente. O que não é ok é, por conta de sermos uma sociedade extremamente racista, dizerem que não é importante. Então assim, se não te atinge, você poderia apenas respeitar, é isso que é tão difícil no nosso país hoje em dia.
Mas a gente tem tentado fazer com que as pessoas entendam, temos tentado dialogar com todas as classes, raças e gêneros, para que entendam, de uma vez por todas, que a luta pelo racismo, não é só das pessoas negras, não é só do Ministério da Igualdade Racial, é de todo o governo federal, é de todo o país, do prefeito, do governador, dos parlamentares, enfim.
Ministra, queria voltar a falar um pouquinho sobre agora as investigações a respeito do caso Marielle Franco. Queria ouvir da senhora se você sente que nesse um ano e meio de gestão Lula você sentiu as investigações acelerarem.
Olha, eu acho que a investigação do caso da Mari é muito peculiar. É horrível ter que falar isso, mas assim, pensar nesse crime que foi tão bem arquitetado. A gente acompanhava e sempre acompanha as investigações muito atentamente. Claro, eu entendo que tem um desejo do Brasil como um todo de responder a esse crime, eu entendo o posicionamento da Polícia Federal, eu entendo o posicionamento de todo mundo que fez parte das investigações até aqui, mas é difícil para mim para falar que é porque é no governo Lula, porque…
Óbvio que ter um presidente que é mais humanizado, mais sensibilizado e que está preocupado, de fato, com descobrir quem mandou matar faz uma diferença. Mas eu também acho que a gente não pode apagar tudo que foi feito anteriormente, que nenhuma instância ou nenhuma pessoa que estivesse responsável pela investigação.
Eu sigo muito confiante na trajetória, ali como o próprio Andrei [Rodrigues, diretor geral da Polícia Federal], que veio a público na última vez pra falar e dizer como estavam as investigações, eu sinto confiança e espero que a gente consiga responder quem mandou matar.
Você tem tido um contato direto com Andrei e com a Polícia Federal? Como que é essa relação?
Não, não tenho contato direto com a Polícia Federal pra falar sobre as investigações no caso da Marielle. A gente tem muito diálogo com a Polícia Federal sim, que tem sido um grande parceiro de atuação por conta de vários crimes que ocorreram no país, de racismo, que você deve acompanhar. Desde aeroporto até com entregadores e porteiros, a gente sempre dialoga muito nesse âmbito de pensar como agir coletivamente, não só com ele como com o Ministério da Justiça e os próprios governadores e prefeitos também.
Mas é mais nesse viés, a gente não tem acesso e nem pede, e eu, também por uma questão de segurança e ética, prefiro não ter nenhum acesso direto a ele em relação ao caso Marielle.
E com os ministros da Justiça, seja, anteriormente com Flávio Dino e agora com o ministro da Lewandovski?
Não, acho que é a mesma resposta. A gente esteve com o Dino, a gente sentou algumas vezes. Nós estavamos na construção do Juventude Negra Viva, do Pronaf, com programas de apoio psicossocial a mães de familiares de violência, e agora a gente passou pro ministro Lewandowski.
Flávio Dino disse que iria entregar a resolução do caso até março. Isso não aconteceu, temos uma nova previsão?
Não que eu saiba. Acho que se tiver ou quando tiver previsões o Andrei e o ministro provavelmente falarão, mas que eu saiba não tem nenhuma realização recente não.
Mudando de assunto. O Brasil tem assistido assustado inúmeros casos de racismo com muita violência no cotidiano da população. Como foi o entregador que foi baleado por não ter subido até o apartamento para entregar a encomenda. O Ministério está preocupado com isso? Como tem atuado?
Claro, a gente já dialogou com o iFood no ano passado. Começamos essa tentativa ainda lá atrás, tiveram 13 mil denúncias de racismo nessa plataforma no ano de 2023. A gente acompanhou não só com muita atenção mas também com muita preocupação e pensamos várias ações. Não só dentro do iFood, mas com várias empresas.
Falar desse caso especificamente, que é o retrato cruel, covarde de uma sociedade racista, como a gente tem no nosso país, é a exemplificação mais concreta do que a gente tem vivido.
No mesmo dia eu tentei falar com o governador [do Rio de Janeiro] Cláudio Castro (PL), a gente não tinha conseguido por uma ou outra situação, mas a gente já tem isso no radar pra que a gente possa seguir debatendo sobre isso.
Falei com o ministro Lewandowski que a gente precisa lembrar que casos como esse estão dentro de segurança pública também, dentro do Ministério da Justiça. A gente precisa e tem que incidir, obviamente, porque são pessoas negras que são cada vez mais morrendo, sofrendo violência, sem essa justiça, educação e etc. Mas que também precisa ser uma ação coordenada em conjunto.
Por exemplo, quando aconteceu o caso do porteiro, a gente sente que socializa, sempre acompanha, sempre entra em contato com os governadores, com os prefeitos, se coloca a disposição não só para o letrar, mas também para pensar, seja através dos municípios, com o Ministério, através dos vereadores e deputados, enfim, mas para que a gente possa ter aí de fato uma ação concreta.
Não dá para a gente normalizar, como a gente não tem normalizado aqui, mas a gente também precisa fazer a várias mãos. É impossível só o Ministério da Igualdade Racial resolver e é isso que eu tenho tentado passar e falar quase que diariamente pra todas as pessoas em todas as instâncias. A gente precisa de apoio pra resolver cada situação como essa.
Por vezes, a senhora sente que está numa luta um pouco solitária? Quando tenta contato com o Ministério da Justiça, com os governadores...
Claro que não. A prova concreta disso é que a gente está no Juventude Negra Viva com 17 ministérios em conjunto. Mas eu não sinto uma luta solitária, porque quando a gente chega para um lugar ou pelo ministro, com autoridade, e fala "olha, estou preocupada" e as pessoas falam "vamos agir, vamos construir juntos".
O problema, Lucas, é que, infelizmente, isso tem sido cada vez mais comum. A certeza da impunidade de uma pessoa que atira na outra, por ser superior a ela, por ser uma pessoa negra, isso não é comum.
A gente precisa fazer várias coisas aí, tem várias nuances. Desde uma criação, desde uma educação de base, desde uma educação e acesso também ali no ensino superior.
Eu acho que o trabalho conjunto tem sido feito, o Ministério tem que ser de fato pioneiro nessa missão, não tem como ser diferente. Diferente seria se eu tivesse sentado a falar "ah, não vou fazer nada”. Acho que isso é inadmissível.
Mas a gente precisa elaborar políticas públicas eficazes a várias mãos, para que a gente consiga ter um país que respire um pouco menos de racismo, como a gente tem lutado para que aconteça.
A senhora acha que uma medida de amparo as vítimas poderia ajudar a constranger os criminosos?
Olha, acho que não. Acho que não é constranger, acho que não é por aí. Eu acho que tem coisa mais importante para a gente pautar e fazer do que só constranger, porque constranger você vai ficar com vergonha aqui e daqui a pouco você pode voltar a fazer de novo.
Isso tem que ser a exceção, sabe? Isso não pode ser a regra. A gente não está trabalhando aqui neste Ministério para cada pessoa negra desse país, para que quando aconteça o crime a gente vai lá e dá amparo.
Não, eu acho que isso tem que ser a exceção da exceção. A gente precisa sim apoiar, obviamente, como por exemplo o programa que eu te falei aqui de apoio às mães vítimas de violência, apoio psicossocial, feita várias mãos com Ministério da Justiça, mas também com Ministério da Saúde. Isso é um exemplo.
É mais do que constranger, é sim apoiar, mas é também a gente conseguir fazer com que as pessoas que estão em cargos de poder se sensibilizem e façam ações. Mas ao mesmo tempo sensibilizar também e fazer com que a sociedade entenda que isso não é normal.
A senhora comentou bastante de diálogos com o governador do Rio. Queria saber como está a relação com Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. Principalmente por conta da onda de mortes que tem acontecido no litoral paulista durante as operações policiais.
Tem gente aqui se posicionando, várias estruturas do governo, eu vi que o Ministro Silvio Almeida [dos Direitos Humanos e Cidadania] se posicionou, o Ministério da Igualdade Racial também se posiciona sempre que tem alguma situação como essa. A gente recebeu as Mães de Maio aqui no Ministério no ano passado. A gente tem contato também, sempre que acontece, a gente está ali colocando não só solidariedade, mas tem falado também, falado sobre isso.
Eu acho que o governo do Tarcísio tem os seus posicionamentos, seus valores, suas visões de como governar, mas a gente está aqui para dialogar e construir junto, em conjunto, com quem quer que seja.
Nossa preocupação não é a quem ele apoia, a quem ele defende, não é sobre isso. É sim, de fato, fazer com que as situações e as ações como essa não aconteçam mais em lugar nenhum desse país, seja em São Paulo ou Rio de Janeiro. A gente vai estar sempre apontando, dialogando e chamando para conversar, porque a importância disso tudo é que as pessoas se mantenham vivas, e essa violência de uma vez por todas seja diminuída.
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Edição: Nicolau Soares