Nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o estado do Rio de Janeiro ganhou mais um instrumento de enfrentamento à violência contra a mulher. O Instituto de Segurança Pública (ISP) desenvolveu o painel interativo "Monitor da Violência Contra a Mulher", que vai auxiliar a Secretaria da Mulher (SEM) a monitorar diversas formas de violência que atingem a população feminina.

Segundo o governo, por meio do painel interativo será possível ter informações mensais sobre os delitos cometidos contra as mulheres por município e área de atuação das delegacias e batalhões de polícia.

Leia mais: Violência contra as mulheres aumenta 95% em três anos no estado do Rio, aponta relatório

"Por isso, incentivar que as mulheres vítimas registrem as ocorrências numa delegacia de polícia é tão importante para as análises e planejamento de ações de segurança pública voltadas para prevenção, acolhimento das vítimas e punição dos autores", afirma o texto de apresentação.

Para a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, por ter como principal função embasar a criação de políticas públicas baseada em evidências, o órgão busca desenvolver iniciativas rápidas, dinâmicas e diretas.

"O painel para a Secretaria da Mulher foi criado para auxiliar na análise local das vítimas, levando em consideração a realidade onde vivem, pois a verdade é que nossos municípios possuem cenários muito diferentes e é natural que dados relacionados à violência contra a mulher reflitam essa realidade", explica.

Somente servidores da Secretaria da Mulher têm acesso à ferramenta que dá suporte às políticas de enfrentamento a violência de gênero nos 92 municípios do estado. Mas a população terá acesso ao ISP Mulher.

ISPMulher

Para dar maior visibilidade aos dados, a população terá acesso a uma plataforma com alguns dos principais crimes com vítimas do sexo feminino. A ferramenta ISPMulher, segundo o governo estadual, faz parte do pacote de atividades de 25 anos de existência do Instituto.

A sociedade fluminense poderá acompanhar de forma simples e atualizada alguns dados de violência contra a mulher e também os endereços da Rede de Atendimento à Mulher Vítima. Os feminicídios e tentativas feminicídio registraram um aumento, em janeiro de 2024, com três vítimas a mais de feminicídio e seis de tentativa, segundo o painel.

Leia também: No campo, nas águas, nas florestas e nas cidades: quais as lutas das mulheres?

Outro dado disponível é que os homicídios com vítimas mulheres tiveram cinco mortes a menos no estado em janeiro deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Já os crimes de violência moral e psicológica, como a difamação e o constrangimento ilegal, apresentaram um aumento de 27,9% e 16,2%, respectivamente, no primeiro mês do ano.

Desde 2006, o ISP divulga o Dossiê Mulher, reconhecido como principal estudo sobre mulheres vítimas de violência em território fluminense. Atualmente, o estado conta com 14 delegacias e seis Núcleos de Atendimento à Mulher, especializadas e que funcionam 24 horas.

Edição: Clívia Mesquita