O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, voltou a criticar o uso de câmeras corporais por policiais militares no estado, durante reunião da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), nesta quarta-feira (6).
"A utilização da câmera corporal, em unidades policiais, não é que ela reduziu a letalidade, ela reduziu todos os números. Ela reduziu o número de prisões, reduziu de apreensões de armas, reduziu o número de apreensões em armas e uma série de coisas que nos levam a crer que inibiu a atividade policial", disse Derrite.
A resposta foi dada ao questionamento do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), que manifestou preocupação com os índices de "letalidade policial". Derrite pediu para que o petista não use mais o termo, pois seria "pejorativo". O que correto seria, de acordo com o secretário, "letalidade criminal".
Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas em dezembro de 2023 mostra que desde a adoção das câmeras corporais, nas unidades que receberam as câmeras, o número total de mortes decorrentes de intervenção policial caiu 80% em comparação aos 12 meses anteriores.
Ainda na audiência, que foi convocada para que o secretário prestasse conta de seu trabalho à frente da Segurança Pública, Derrite falou sobre a Operação Escudo, que acontece no litoral de São Paulo desde 28 de junho de 2023 e que se tornou alvo de críticas por entidades de defesa dos direitos humanos, com 58 pessoas assassinadas na região.
"Nenhum órgão correcional das polícias recebeu qualquer denúncia, informação ou relato oficial de abuso de autoridade das forças policiais. Caso isso aconteça, com absoluta certeza será investigado. A gente não pode, a partir de relato informal, instalar procedimento. Por isso, não reconheço nenhum excesso, até que isso chegue oficialmente para as forças policiais”, pontuou Derrite.
Edição: Matheus Alves de Almeida