O governo do estado de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue em decisão tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde. Um decreto deve ser publicado no Diário Oficial ainda nesta terça-feira (5).
A medida foi tomada após o estado registrar 138.164 casos confirmados e 31 mortes devido à doença entre 1º de janeiro e 1º de março deste ano. A pior semana epidemiológica foi a oitava do ano, entre 18 e 24 de fevereiro, em que foram registrados 4.115 casos, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde. Ainda de acordo com a pasta, já é possível falar em epidemia de dengue, uma vez que o painel de monitoramento apontou para mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Exatamente, 311 casos.
Agora, São Paulo, Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amapá são os entes federativos que já decretaram estado de emergência para dengue este ano. Ao todo, 22 municípios paulistas assinaram decretos do tipo.
Ao estabelecer o estado de emergência, é possível destinar recursos para o combate à doença com mais rapidez, sem necessidade de abrir licitação, e com a ajuda do Ministério da Saúde.
Os recursos enviados da União para São Paulo devem ser utilizados para investimento em vigilância em saúde, atenção primária, atenção especializada e, prioritariamente, para aquisição de máquinas de nebulização e insumos, contratação de pessoas e ampliação da capacidade da rede.
O mosquito transmissor prolifera-se em água parada e 75% dos focos estão em ambientes domésticos. Para eliminar os criadouros é preciso manter caixas d'água fechadas, vedar sacos de lixo, manter calhas limpas e esvaziar recipientes como vasos de planta, pneus, garrafas e potes.
Vacinação
A campanha de vacinação contra a dengue começou em 9 de fevereiro com foco inicial em crianças de 10 e 11 anos. As doses serão aplicadas em municípios com mais de 100 mil habitantes que apresentam as maiores taxas de propagação da doença.
É a primeira vez que uma vacina contra a dengue é incorporada ao calendário nacional e distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As regiões que receberam as doses atendem critérios definidos pelos conselhos de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
O Ministério da Saúde informou que a campanha vai avançar gradativamente, à medida em que novas doses chegarem ao Brasil. O público-alvo definido para a primeira fase do processo abrange crianças de 10 a 14 anos e a expectativa é concluir essa etapa até março deste ano.
Para receber a vacina, é preciso estar acompanhado do responsável e apresentar identidade ou certidão de nascimento da criança. Quem teve quadro recente de dengue deve aguardar seis meses desde o início dos sintomas para receber o imunizante.
Os imunizados precisarão voltar aos postos 90 dias depois da primeira aplicação para receber o reforço. A lista dos municípios que estão na campanha pode ser consultada no site do Ministério da Saúde. Clique aqui para acessar.
Edição: Matheus Alves de Almeida