O governo da Colômbia abriu neste domingo (3) a 4ª mesa de diálogos com a principal dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o Estado-Maior Central (EMC). Este ciclo de debates será realizado até 9 de março na cidade de San José del Guaviare.
Em nota, o Alto Comissariado pela Paz do governo da Colômbia disse que as delegações vão discutir acordos sobre territórios, participação social, pedagogia e comunicações. O chefe da delegação do governo, Camilo González Posso, afirmou que desde o início dos diálogos, houve um avanço na implementação de um cessar-fogo. Afirmou também que a maneira como se dão esses avanços “depende do comportamento das partes”.
O chefe adjunto da missão de verificação da ONU na Colômbia, Raúl Rosende, pediu que as duas partes continuem com os diálogos e que esses diálogos “a médio e longo prazo devem gerar benefícios e resultados concretos”. O governador de Guaviare, Yeison Rojas, celebrou que o encontro seja realizado em seu Estado. De acordo com ele, isso permite que tanto governo quanto EMC “entendam a realidade em que vivem as comunidades”.
O EMC tinha um acordo de cessar-fogo com o governo desde outubro de 2023. Em janeiro, as duas partes prorrogaram a trégua até 15 de julho.
Ao longo de 2023, a relação entre governo e EMC foi tensa. Um cessar-fogo assinado válido no primeiro semestre chegou a ser suspenso depois do assassinato de quatro indígenas menores de idade.
Outros grupos
O governo da Colômbia já tem negociações de paz com outro grupo dissidente das Farc, o grupo armado Segunda Marquetalia. Em fevereiro, as duas partes anunciaram que se comprometeram a iniciar as negociações para um acordo de paz definitivo e estabelecer de forma “imediata” acordos prévios para reduzir os confrontos.
O Exército de Libertação Nacional (ELN) também tem um acordo firmado com o governo. Depois do 6º ciclo de negociações realizado em Cuba, as duas partes concordaram em ampliar o cessar-fogo até agosto. O grupo foi o primeiro a assinar um Acordo de Paz com o Estado colombiano em 2016, durante o governo de Juan Manuel Santos.
O diálogo permanente com os grupos armados é uma das políticas implementadas por Petro desde o início do seu mandato em 2022. O presidente transformou a Paz Total em uma política de Estado a partir da aprovação da lei 418, que firma o compromisso do Estado colombiano em manter contato para negociar o fim dos confrontos entre esses grupos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho