Uma das mais famosas de todo o país, a Ponte Rio-Niterói completa 50 anos nesta segunda-feira (4). Inaugurada no ano de 1974, a Ponte Presidente Costa e Silva, seu nome oficial, tem cerca de 13 quilômetros de extensão e atravessa a Baía de Guanabara. Ela foi idealizada por Mário Andreazza, ministro dos Transportes à época.
Atualmente, a Rio-Niterói é considerada a ponte mais extensa do país e a quarta das Américas, perdendo para três localizadas nos Estados Unidos. A nível mundial, ocupa a 24ª colocação.
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Entre seus 8,83 km sobre a água, fica o Vão Central, o maior em viga reta contínua do mundo, com 300 metros de comprimento e 72 metros de altura, onde passam as embarcações de grande porte. São toneladas de aço, concreto e estruturas metálicas, que atravessam a paisagem da Baía de Guanabara para reduzir distâncias, unir pessoas e ligar histórias.
Antes da ponte ser erguida, a ida da cidade do Rio de Janeiro a Niterói, ou o contrário, só era possível mediante ao uso de balsas (que transportavam carros) ou percorrendo mais de 100 quilômetros, via Baixada Fluminense, o que tornada a vinculação entre as duas cidades desgastante e inviável. Nos dois casos, a trajetória percorrida demorava duas horas. Hoje, a distância é de apenas 13 minutos.
Paralelamente, o elevado ajudou a desafogar o trânsito da BR-101, rodovia que margeia o litoral brasileiro da região Sul ao Nordeste. Em território fluminense, a via expressa se chama Rio-Santos (Sul) e Rio-Campos (Norte).
Construção e mortes
A obra de construção da ponte que chegou a ter 10 mil operários e envolvia enormes desafios foi marcada por pouca segurança para os trabalhadores e acidentes fatais - não é difícil encontrar fotos de operários calçando sandálias de borracha, usando bermudas, sem capacete ou fumando enquanto trabalhavam. A tragédia mais grave aconteceu em março de 1970, quando morreram oito pessoas, mas a maioria dos acidentes ocorreu nos dois últimos anos, com a aceleração da obra.
Quarenta anos depois da inauguração da ponte, em 2014, uma reportagem do jornal O Globo apresentou declarações de ex-operários descrevendo as mortes como algo corriqueiro e dizendo que os corpos eram rapidamente recolhidos, para que os trabalhos não ficassem muito tempo parados.
Edição: Mariana Pitasse