Questões de saúde impediram o ativista Julian Assange de comparecer à primeira sessão do julgamento que pode determinar que ele seja extraditado do Reino Unido para os Estados Unidos. O julgamento acontece nesta terça e quarta-feira (20 e 21) na capital britânica, Londres.
"Ele não está bem hoje [terça], ele não vai comparecer", resumiu o advogado Edward Fitzgerald, da equipe de defesa de Assange, em declaração registrada pela AFP na abertura da audiência na Suprema Corte de Justiça do Reino Unido.
Dois juízes do tribunal vão analisar uma decisão do judiciário britânico que, em junho do ano passado, negou a Assange o direito de recurso contra a extradição aos Estados Unidos. Ele é aguardado no país norteamericano para um julgamento pelo vazamento de documentos confidenciais pelo site WikiLeaks a partir de 2010.
A saúde do ativista, hoje com 52 anos, se tornou uma preocupação ainda maior nos últimos dias. Preso há quatro anos em um centro de segurança máxima na região de Londres, ele corre risco de morrer, segundo a família e os advogados.
"Sua saúde está piorando, fisicamente e mentalmente. Sua vida está em perigo a cada dia que ele permanece na prisão e, se for extraditado, ele morrerá", disse a esposa do ativista, Stella Assange, em coletiva de imprensa na capital britânica na última semana.
A situação de Assange é acompanhada de perto por organizações e cidadãos de todo o mundo. Uma grande mobilização tomou conta da região do tribunal onde acontece o julgamento. Por todo o mundo, atos políticos também marcam apoio ao ativista.
Se sofrer uma derrota jurídica neste julgamento, Assange terá esgotado todas as vias de recurso no Reino Unido. No entanto, um último recurso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) "ainda é possível", afirmou o grupo de apoio "Free Assange" em um comunicado divulgado em dezembro.
Antes de ser preso, Assange passou sete anos confinado na embaixada do Equador na capital britânica, onde se refugiou para evitar extradição para a Suécia. Caso seja extraditado, ele poderá ser condenado a uma pena de 175 anos em prisão de segurança máxima em condições desumanas nos Estados Unidos.
Edição: Nicolau Soares