Após sete anos

Nova embaixadora do Brasil na Venezuela assume o posto em Caracas

Brasil não manteve embaixador em Caracas por sete anos; chanceler venezuelano disse que país vizinho é 'aliado crucial'

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Oliveira foi diretora-geral do Instituto Rio Branco, embaixadora no Panamá e cônsul-geral em Boston, nos EUA - Ministério das Relações Exteriores Venezuela

A embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, se reuniu nesta segunda-feira (19) com o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, para entregar as cartas credenciais, cerimônia que marca a aprovação de um novo embaixador em um país. 

A apresentação de Oliveira foi feita na Casa Amarilla Antonio José de Sucre, sede do Ministério das Relações Exteriores, e marca a reabertura da embaixada brasileira na Venezuela de maneira simbólica. O governo brasileiro e o país vizinho romperam relações diplomáticas em 2020, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Em 2019, o então mandatário reconheceu o ex-deputado venezuelano Juan Guaidó como "presidente autoproclamado". Com isso, Brasília e Caracas passaram quase quatro anos sem relações diplomáticas.

::O que está acontecendo na Venezuela?::

Assim que assumiu a Presidência, em janeiro de 2023, o presidente Lula disse que reabriria a embaixada brasileira na Venezuela e enviou o diplomata Flávio Macieira para reabrir as sedes consulares no país. Ele atuou como encarregado de negócios, mantendo os primeiros contatos com autoridades venezuelanas após a normalização de relações. O processo só foi finalizado em dezembro de 2023, quando o nome de Gilvânia foi aprovado no Senado.

Já a Venezuela tem um embaixador no Brasil desde maio de 2023. O diplomata Manuel Vadell assumiu a representação em Brasília pouco antes da visita do presidente venzuelano Nicolás Maduro ao Brasil.

Oliveira atuava como diretora-geral do Instituto Rio Branco, mas já havia sido embaixadora no Panamá, entre 2018 e 2022, e anteriormente cônsul-geral em Boston, nos EUA, entre 2015 e 2018. Além disso, a diplomata foi escolhida em fevereiro de 2023 para representar o Brasil na mesa de diálogo entre o governo da Colômbia e o grupo guerrilheiro ELN (Exército de Libertação Nacional).

Ela chegou a Caracas na sexta-feira (16) e foi recebida pelo vice-ministro das Relações Exteriores para a América Latina, Rander Peña.

Na cerimônia de aprovação da brasileira, o chanceler venezuelano disse que o evento “reforça os laços bilaterais e a amizade que une os dois países”. Ele também destacou o papel do Brasil na inserção internacional da Venezuela: “O Brasil, como membro do BRICS, se consolida hoje como um aliado crucial de todos os povos que lutam pela construção de um mundo multipolar”.

Edição: Lucas Estanislau