Em coletiva ao jornal alemão Welt am Sonntag, publicada neste sábado (10), o diplomata norueguês Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou que os países membros da aliança militar foram aconselhados a incrementar a produção de armas nos próximos anos.
Segundo o chefe da OTAN, esse reforço na fabricação de novos armamentos deve ter como objeto a preparação para um possível “confronto de décadas” contra a Rússia. “A OTAN não procura uma guerra com a Rússia, mas devemos nos preparar para um confronto que poderá durar décadas”, explicou Stoltenberg.
Em outro trecho da entrevista, o diplomata norueguês disse que os países da aliança devem “reconstruir e expandir sua base industrial o mais rapidamente, para aumentar o fornecimento à Ucrânia e reabastecer suas reservas próprias”.
“Isso significa passar do atual ritmo de produção mais lento, típico de tempos de paz, para uma produção rápida, mais adequada a tempos de conflito”, ressaltou.
As declarações de Stoltenberg surgem em meio a um debate que acontece principalmente na Alemanha, após o ministro da Defesa desse país, Boris Pistorius, afirmar que Berlim está se preparando para um possível ataque de Moscou.
“A dissuasão é o único meio eficaz de se posicionar antecipadamente contra um agressor. Se formos atacados, devemos ser capazes de travar uma guerra. Isso é crucial. Temos de nos preparar para isso”, afirmou o ministro germânico.