A Polícia Civil do Rio prendeu na última quarta-feira (7) o homem acusado de matar Amanda Soares, mulher transsexual e passista da escola de samba Acadêmicos do Cubango. O crime aconteceu no dia 1º de fevereiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e segundo investigações, teria sido motivado por conta do fim de um relacionamento que o autor tinha com a vítima.
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O corpo de Amanda foi encontrado perto da casa dela, com marcas de facas, no Jardim República, no mesmo município. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG).
A polícia divulgou que o homem foi localizado e preso em seu local de trabalho, no bairro Arsenal, também em São Gonçalo. Em depoimento, ele confessou o crime. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão temporária, além de busca e apreensão.
Amanda de Souza Soares era conhecida pela nome artístico Mandy Gin Drag. Nas redes sociais, ela se apresentava como mulher trans, ativista, Drag Queen e cantora sertaneja, interpretando músicas do gênero em festas e também no carnaval. No dia 17 de dezembro, ela publicou um vídeo cantando sucessos da cantora Marília Mendonça na 9ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, que aconteceu na Praia de Itaipuaçu, em Maricá.
Outra paixão de Amanda era a escola de samba Acadêmicos do Cubango. Ela integrava a ala das passistas desde a adolescência. Por meio das redes sociais, a agremiação tradicional de Niterói publicou uma homenagem.
"Estamos de luto! Recebemos a triste notícia que Amanda Soares, integrante da nossa ala de passista, foi encontrada morta nesta tarde. Amanda Soares é mais um fruto de resistência do Acadêmicos do Cubango. Amanda Soares é cria da verde e branco de Niterói. Nós nunca iremos esquecê-la. Ela foi uma força para muitas pessoas e trouxe alegria para vida de muita gente. Descanse em paz, Amanda Soares", diz o texto da postagem.
Um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgado no último mês mostra que o Rio de Janeiro dobrou o número de assassinatos de pessoas trans de um ano para o outro. No estado foram registrados 16 homicídios no ano de 2023, contra oito em 2022.
Os casos voltaram a aumentar no Brasil: ao menos 145 pessoas trans mortas ano passado, uma média de mais de um assassinato a cada três dias.
Edição: Clívia Mesquita