SAÚDE EM RISCO

MG: Zema contraria Ministério da Saúde e desestimula vacinação de estudantes de rede estadual

Em 2021, o Brasil teve o menor índice de cobertura vacinal em duas décadas

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Calendário básico de imunização infantil é composto por 18 imunizantes - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mesmo com 22 mortes por covid-19 confirmadas em 2024, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, nesse domingo (4), que estudantes da rede estadual de ensino não precisam se vacinar para frequentar as escolas. A medida contraria o Ministério da Saúde. 

"Aqui em Minas, todo aluno, independentemente de ter ou não vacinado, terá acesso às escolas", disse o governador por meio de suas redes sociais, acompanhado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

Zema não especificou se a medida é válida para o vacina contra a covid-19, que foi incluída pelo Programa Nacional de Imunizações como obrigatória antes dos cinco anos de idade. O calendário básico de imunização infantil é composto por 18 imunizantes. 

Zema incentiva o negacionismo?

No Brasil, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, de 2022, apontou um avanço do negacionismo científico e seus efeitos na vacinação. Cerca de 86% das pessoas relataram considerar a imunização importante para proteger a saúde pública. No entanto, quase 20% também responderam que não acham os imunizantes necessários. 

Mesmo no grupo favorável às vacinas, ainda houve resistência, pois 46% consideraram que as vacinas causam efeitos colaterais perigosos para a saúde. 

“É isso que acontece quando quem deveria estar preocupado com a saúde da população resolve desestimular a vacinação. O negacionismo e as fake news são fatores importantes para a queda da cobertura vacinal no Brasil. Não caia na conversa do Zema e da sua corja. Vacina sim”, disse o médico e vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva (PT) em suas redes sociais. 

O Observatório da Atenção Primária à Saúde da organização Umane apontou que, em 2021, houve a menor cobertura vacinal no Brasil em duas décadas. A média ficou em 52,1%, sendo que, até 2015, o índice nunca ficou abaixo de 70%.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa