O estado do Rio registrou 17.544 casos prováveis de dengue em janeiro. O número representa um aumento de quase 1.000% em relação ao mesmo período de 2023. Os dados foram atualizados nesta terça-feira (30) e constam na Central de Inteligência em Saúde (CIS). Só neste primeiro mês do ano, 676 pacientes foram internados na rede pública com a doença.
Oito das nove regiões do estado estão com números de casos acima da média. Resende, Itatiaia e Rio das Ostras aparecem com alta acima do esperado para a sazonalidade da doença que, historicamente, costuma ocorrer entre os meses de março e abril.
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Na última semana, o governo estadual anunciou a compra de equipamentos e insumos que serão distribuídos aos municípios com maior incidência de casos para a montagem de 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até 8 mil pacientes por dia. O investimento é de R$ 3,7 milhões.
As ações de enfrentamento à doença fazem parte do "Plano Estadual de Combate à Dengue" que envolve uso de tecnologia, qualificação e apoio aos municípios. Entre as ações está o treinamento de 2 mil médicos de emergências e profissionais de saúde para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto.
Monitoramento
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, explicou que o monitoramento da incidência de casos de dengue é realizado em tempo real por meio da Central de Inteligência em Saúde (CIS). Dentro do plano, o estado ainda poderá converter 160 leitos de nove hospitais de referência para tratamento da dengue, como ocorreu na pandemia da covid-19.
"Essa leitura de dados pelos técnicos da saúde é que permite ao Governo do Rio direcionar as ações necessárias para conter o avanço dos casos e garantir cuidado à população. Mas é fundamental que as prefeituras atuem conosco nesta tarefa e nos informe suas necessidades para que possamos agir rápido e apoiá-las com envio de equipamentos, insumos e promovendo treinamento de suas equipes", disse a secretária.
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Segundo governo do Rio, no estado circulam os sorotipos 1 e 2 do vírus que causa a dengue. Foi identificado um caso do sorotipo 4, mas sem circulação. O tipo 3 não é registrado no Rio desde 2007, mas está em circulação em Minas Gerais e São Paulo.
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) está monitorando os sorotipos circulantes nas rodovias que fazem a integração com outros estados do Sudeste. As amostras dos mosquitos são enviadas ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen).
A Organização Panamericana de Saúde (Opas) realizou capacitação teórica e prática, com equipe da Secretaria de Saúde, simulando resposta a uma possível epidemia. O treinamento incluiu apoio às prefeituras na elaboração de seus planos de contingência.
Vacinação
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue chega à população a partir de fevereiro. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. Neste primeiro momento, serão contemplados os municípios de grande porte com alta transmissão do vírus nos últimos 10 anos.
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O público-alvo são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, por serem a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. O esquema vacinal contra a dengue é de duas doses com intervalos de três meses.
No Rio de Janeiro, a capital e os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Itaguaí, Mesquita, Magé, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti, Seropédica receberão a vacina. O grupo dos idosos, também bastante atingido, não teve a vacina liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sintomas e prevenção
A dengue é uma doença febril aguda que faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti.
A pessoa que apresentar febre repentina (39°C a 40°C) associada a pelo menos dois dos seguintes sintomas deve procurar um serviço de saúde: dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos.
Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. Dor abdominal, vômitos, acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico) e sangramento de mucosa são alguns dos sinais de alerta de piora.
O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos e repouso, conforme orientação médica. A principal forma de prevenção da doença são medidas de manutenção para evitar criadouros do mosquito, como a vedação dos reservatórios e caixas de água, desobstrução de calhas, lajes e ralos.
Edição: Clívia Mesquita