Rio de Janeiro

Memória

Ato em memória de Johnatha Oliveira é convocado no dia do júri de PM acusado por sua morte

Jovem de 19 anos foi morto com um tiro nas costas em maio de 2014; manifestação acontece na sexta (2), em frente ao TJRJ

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A mãe de Johnatha, Ana Paula Oliveira, e o movimento das Mães de Manguinhos estão convocando um ato em memória do jovem - Akemi Natahara/ Agência Brasil

Na sexta-feira (2), está agendado o júri popular que vai julgar o policial militar Alessandro Marcelino de Souza. O PM é acusado pelo homicídio de Johnatha de Oliveira Lima, de 19 anos, morto com um tiro nas costas em maio de 2014, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O júri acontecerá a partir das 13h, na sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que fica na avenida Erasmo Braga, 115, no 9º andar, no centro da cidade.

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A mãe de Johnatha, Ana Paula Oliveira, e o movimento das Mães de Manguinhos estão convocando organizações e militantes de direitos humanos para realizar um ato em memória do jovem, às 12h, no mesmo dia, em frente do TJRJ e, em seguida, comparecer ao júri.

"Foram 10 anos de luta para que esse momento chegasse, e só conquistamos esse júri porque desde o dia da morte ocupamos a delegacia e o sistema de justiça e fizemos nosso grito por justiça reverberar nas estruturas racistas do Estado. Johnatha tinha 19 anos quando teve sua vida interrompida pela violência de Estado. Muito querido por todos em Manguinhos, Johnatha estava sempre sorrindo, tinha um coração gigante, amava dançar passinho, andar de bicicleta, namorar, soltar pipa, e tinha o sonho de ter um cavalo e uma fazenda", diz trecho do texto da convocação.

Johnatha foi baleado quando voltava para a casa de sua família, em Manguinhos, após deixar um pavê na casa de sua avó e levar a namorada em casa. No caminho de volta, passou por um conflito entre policiais militares da UPP local e moradores, que, indignados com a truculência dos agentes, arremessavam pedras. Os PMs responderam à manifestação dos moradores com disparos de arma de fogo, atingindo o jovem que sequer estar envolvido no conflito, de acordo com testemunhas que presenciaram o momento em que ele foi baleado.

Edição: Mariana Pitasse