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Governo Lula acerta em reabrir a Fafen no Paraná

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Ato em solidariedade aos trabalhadores da FAFEN em diversas unidades do Sistema Petrobras
Ato em solidariedade aos trabalhadores da FAFEN em diversas unidades do Sistema Petrobras - Paulo Neves
“4 anos atrás o desgoverno Bolsonaro havia fechado a Fafen-PR. Importante fábrica de fertilizantes"

O governo do presidente Lula decidiu pela reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), localizada no município de Araucária, região metropolitana de Curitiba. A decisão pela reabertura da fábrica é uma medida acertada, e foi resultado da luta dos petroleiros do Paraná e de Santa Catarina e da ação parlamentar da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumiu como bandeira do seu mandato a reabertura da Araucária Nitrogenados (Ansa), mais conhecida como a Fafen do Paraná.

A Fafen foi fechada criminosamente em março de 2020, e era a única produtora de ureia do país, insumo básico para a produção de fertilizantes. Além disso, o fechamento da fábrica eliminou o emprego de mil trabalhadores.

O Sindipetro PR-SC e o Sindiquímica mobilizaram os trabalhadores para resistir, defendendo a necessidade e a importância da preservação da fábrica e do emprego dos trabalhadores.

A presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, comentou em sua conta no X sobre a decisão governista: “4 anos atrás o desgoverno Bolsonaro havia fechado a Fafen-PR. Importante fábrica de fertilizantes localizada em Araucária que empregava centenas de funcionários e tinha um papel fundamental para a produção agrícola do Paraná. Pouco tempo depois, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço dos insumos que produzíamos internamente ficaram cada vez mais caros”, afirmou.

A parlamentar petista enfatiza ainda a importância da reabertura Fafen/Ansa, prevista para o segundo semestre de 2024. "Agora estamos mudando essa história. Foi pauta do nosso mandato e do governo do presidente Lula reabrir a fábrica. E já está no nosso horizonte próximo a reabertura. Graças à luta dos companheiros petroleiros e petroquímicos teremos de volta investimentos, empregos e a produção de insumos fundamentais para a nossa economia diretamente no Paraná".

Segundo a avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) com a reabertura da Fafen-PR, mais a conclusão em breve das obras da Fafen-MS e a retomada das fábricas da Bahia e de Sergipe, o país irá reduzir a dependência da importação de fertilizantes nitrogenados para algo em torno de 10% a 15%.

Uma luta de 30 anos contra os planos de privatização

A resistência dos petroleiros e petroquímicos começou na década de 90 em defesa da então Ultrafértil (antiga denominação da usina), que foi privatizada pelo governo Itamar Franco, em 1993. Dez anos depois, em 2013, foi reestatizada durante o governo da presidenta Dilma Rousseff — , e fechada novamente pelo governo bolsonarista, em 2020.

Nas últimas décadas, as cadeias industriais do setor petrolífero, petroquímico e de gás sofreram sucessivos ataques das forças neoliberais, que atuaram no sentido de desnacionalizar todos esses setores fundamentais para a construção de uma base material soberana para o desenvolvimento do Brasil.

Um dos maiores objetivos da operação Lava Jato era a destruição completa do controle do estado nacional sobre o Sistema Petrobras, o que foi obtido parcialmente, e, portanto, uma das tarefas centrais do governo de Lula segue sendo a retomada estratégica da Petrobras, ainda dominada por grupos de capitalistas nacionais e estrangeiros.

A reabertura Fafen é um passo na longa caminhada pela reconstrução soberana de uma potente indústria petroquímica, que ao lado da luta para colocar a renda petroleira nas mãos do Estado nacional, tem um sentido estratégico, progressivo, para os interesses do povo trabalhador.

 

*Jornalista e escritor. Autor dos livros ‘Brasil Sem Máscara — o governo Bolsonaro e a destruição do país’ [Kotter, 2022] e de ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ [Kotter, 2021]. É militante do Partido dos Trabalhadores [PT], em Curitiba. Faz pós-graduação em Ciência Política.

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná

 

Edição: Pedro Carrano