Os alertas de desmatamento caíram pela metade na Amazônia, mas subiram de maneira consistente no Cerrado no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na comparação com o último ano de mandato de Jair Bolsonaro (PL). Os dados consolidados sobre 2023 foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O sistema Deter, que faz a análise dos dados em tempo real e emite os avisos, mostrou uma área de 5.141 km² sob alerta no território amazônico em 2023, contra 10.277 km² registrados em 2022, uma queda de 50%.
Já no caso do Cerrado, foram 7.828 km² em áreas de alerta em 2023. No ano anterior, haviam sido 5.462 km² – o que representa uma alta de 43%.
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É importante destacar que o Deter traz números sobre os alertas de desmatamento, e tem como função apoiar ações de fiscalização presencial ou remota. A taxa oficial de desmatamento do Brasil é calculada por outro sistema do Inpe, o Prodes, que faz monitoramento detalhado. Os números do Prodes são divulgados sempre entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.
Alertas por estado
Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Inpe trazem ainda detalhes sobre os alertas de desmatamento por estado. No território amazônico, o Pará foi o estado com maior área em alerta: 1.903 km² (equivalentes a 37% do total). Em seguida veio o Mato Grosso, com 1.408 km² (27%).
O estado com maior área sob alerta na região do Cerrado foi o Maranhão, com 1.765 km² (cerca de 23% do total), seguido de perto por Bahia (1.727 km², ou 22% da área total) e Tocantins (1.604 km², representando 20% do total).
Edição: Nicolau Soares