A África do Sul denunciou Israel por genocídio, perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), pelos ataques contra o povo palestino em Gaza. O principal órgão judicial das Nações Unidas confirmou o recebimento da acusação nesta sexta-feira (29).
No texto, a África do Sul afirma que os "atos e omissões de Israel têm caráter genocida, pois estão acompanhados da intenção específica necessária [...] de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico mais amplo dos palestinos", publicou a Deutsche Welle Brasil.
Joanesburgo aponta ainda que "a conduta de Israel em relação aos palestinos em Gaza, por meio de seus órgãos estatais, agentes estatais e outras pessoas e entidades que atuam sob suas instruções ou sob sua direção, controle ou influência, viola suas obrigações nos termos da Convenção de Genocídio".
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Dessa forma, a África do Sul solicita à CIJ uma ordem provisória para que Tel Aviv suspenda imediatamente suas operações militares contra o povo palestino.
Em reação, o ministro das Relações Exteriores, Lior Haiat, rejeitou a acusação, considerando se tratar de "difamação". Além disso, o representante de Tel Aviv disse que a denúncia "carece de base factual e jurídica e constitui uma exploração desprezível e desdenhosa do Tribunal".
Haiat se referiu ao Hamas como "organização terrorista" e que, nas palavras dele, "Israel está comprometido com o direito internacional" e "que os residentes da Faixa de Gaza não são o inimigos", em publicação que apela pela rejeição das reivindicações da África do Sul.
Israel rejects with disgust the blood libel spread by South Africa in its application to the International Court of Justice (ICJ).
— Lior Haiat 🇮🇱 (@LiorHaiat) December 29, 2023
South Africa's claim lacks both a factual and a legal basis, and constitutes a despicable and contemptuous exploitation of the Court.
South Africa… pic.twitter.com/dqyhY8WYE0
Ataques
De acordo com a CNN, tanques israelenses avançaram sobre o centro da Faixa de Gaza entre a última quinta (28) e sexta-feira (29), e quase 200 pessoas morreram nesse intervalo de tempo, que também registrou ataques ataques aéreos no sul do território.
Além de forçar novos processos de êxodo, a ofensiva israelense leva o total de 21.507 palestinos mortos, de acordo com autoridades de saúde da Faixa de Gaza. As forças militares de Tel Aviv são acusadas de ataques em áreas hospitalares, ameaças a jornalistas, violências sexuais e outras humilhações.
*Com informações da Deutsche Welle Brasil e CNN Brasil
Edição: Douglas Matos