O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira, (20), que vai realizar um ato no dia 8 de janeiro de 2024 junto com os presidentes dos outros Poderes para marcar um ano da tentativa de golpe contra a democracia. A ação foi promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não aceitaram o resultado das eleições de 2022.
O anuncio do presidente foi feito durante a última reunião ministerial do ano, realizada no Palácio do Planalto. Estiveram presentes todos os 38 ministros do governo. No evento, ele pediu que todos os titulares das pastas participem do ato. A atividade terá ainda a participação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso. Segundo divulgou a assessoria de imprensa do STF, Barroso confirmou a Lula a participação no ato durante o jantar organizado pelo presidente do STF ontem em Brasília, com a presença de Lula e dos ministros do Supremo.
"Nós estamos convidando um ato para lembrar a tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro", disse Lula. "O ato está sendo convocado por mim, pelo presidente do Senado, pelo presidente da Câmara e pelo presidente da Suprema Corte - o Flávio Dino está preparando para saber qual plenário a gente vai fazer. E quero lembrar os companheiros e companheiras ministras: ninguém está pedindo para não viajarem, mas eu quero a presença de todos os ministros e ministras no dia 8 de janeiro, aqui, deve ser na Câmara ou no Senado", afirmou Lula, que não deu mais detalhes sobre como será o ato.
O presidente, que vai fazer uma pausa em sua agenda entre os dias 26 de dezembro e três de janeiro, ainda aproveitou a última reunião do ano para se despedir de Flávio Dino, que foi indicado para o Supremo Tribunal Federal, mas ainda segue no Ministério da Justiça até tomar posse na corte, o que deve ocorrer somente em fevereiro, quando os ministros voltarem do recesso.
Atos partiram de acampamentos no QG do Exército
Em 8 de janeiro de 2023 milhares de manifestantes golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército em Brasília desceram para a Praça dos Três Poderes para protestar contra a eleição de Lula e pedir, dentre outras pautas, um golpe militar. No ato, que também reuniu manifestantes vindos de diferentes cidades do país, foram depredadas as sedes dos três Poderes.
O episódio contou com a anuência de Policiais Militares do DF e outras forças de segurança. A tentativa de golpe marcou o início do governo Lula e fez com que os três Poderes organizassem uma dura resposta aos manifestantes, que foram presos no dia seguinte por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Desde então, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal vêm investigando e denunciando à Justiça os participantes dos atos golpistas, que foram inflamados por políticos e empresários aliados de Bolsonaro.
Após os ataques, o presidente Lula e os presidentes dos Três Poderes se reuniram na Praça dos Três Poderes e caminharam da Esplanada dos Ministérios até a sede do Supremo Tribunal Federal, em um ato simbólico para demonstrar união. Agora, Lula deve querer repetir o gesto simbólico um ano após a data.
Edição: Rebeca Cavalcante