Os movimentos sociais populares do campo e da cidade iniciaram a Campanha de Solidariedade Contra a Pobreza e a Fome na Paraíba. A campanha paraibana tem como "dias D", os dias 16 e 22 dezembro, mas segue até o dia 25 de dezembro, e é resultado da articulação das organizações populares de todo o Brasil. As ações de distribuição de cestas básicas e de alimentos da reforma agrária beneficiarão cerca de 5 mil famílias.
A Jornada Nacional de Solidariedade Contra a Pobreza e a Fome entende que o combate à fome não é uma luta única de um governo, mas de um país inteiro. "Quem apoia Lula precisa mobilizar mais gente para apoiar os projetos de mudança. Quando a sociedade se mobiliza e cobra, o governo tem mais força para avançar com suas ações", diz o documento norteador da Jornada.
Apesar do comprometimento e avanço no combate à fome e na implementação de politicas sociais de enfretamento à pobreza pelo Governo Federal, a problemática é uma dura realidade que assola, hoje, 19 milhões de brasileiras e brasileiros. Nesta época de Natal, é importante chamar a atenção de todos para debater este problema de desigualdade que afeta o povo brasileiro. Por isso, a Jornada foi desenvolvida com o objetivo não só de combater, mas de debater o tema da fome, dialogando com a mensagem do Natal Sem Fome.
“Vamos fazer nossa primeira distribuição de alimentos no dia 16 de dezembro, no bairro do Castelo Branco, já no local que será instalado o Armazém do Campo do MST, direcionando os alimentos para os trabalhadores da Coteminas que estão há 4 meses sem receber salário. Essa é uma Jornada Nacional de Solidariedade para fortalecer a luta dos movimentos e o vínculo com os que mais precisam. Desde a pandemia, que o MST, junto com outros movimentos populares, realiza distribuição de alimentos da reforma agrária, nas áreas periféricas e mais pobres do Brasil, no entanto, queremos fazer mais, queremos fortalecer os comitês populares e garantir a execução de políticas públicas e de programas federais nos territórios que estão necessitando”, declarou Zilma Feitosa, dirigente do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba (MST-PB).
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Na Paraíba, o dia 22 de dezembro será o dia em que todas as regiões do estado vão receber os alimentos vindos da Reforma Agrária. "Os acampados e assentados da reforma agrária irão doar parte da sua produção para a população que está passando fome e em situação de pobreza nas diversas localidades do estado", disse Zilma.
Para Marcos Antônio Freitas de Araújo, que faz parte do Movimento Brasil Popular (MBP), organização que também integra as Ações de Solidariedade contra a Fome, seria importante que os poderes públicos, municipal e estadual, olhassem para as desigualdades nas comunidades.
"Tentamos articular apoios por parte das instituições públicas, no entanto, até o momento só quem está participando das atividades, aqui na Paraíba, são as entidades ligadas aos movimentos sociais populares e sindicais. Avaliamos que essa participação não é o suficiente para suprir toda a demanda represada existente nas comunidades. Por isso, continuaremos no diálogo e na pressão junto aos órgãos públicos, para que eles tenham uma participação mais ativa nas nossas atividades posteriores", explicou.
A população em geral também pode participar da Jornada, montando um local de arrecadação de alimentos, através da exposição de uma caixa de recolhimento de doações em condomínios, igrejas, sindicatos, comunidades e em eventos artístico-culturais. As caixas devidamente sinalizadas, com a logomarca da campanha, podem ser obtidas através de Vitor Çó, no seguinte contato: (83) 99306-0990 (telefone e whtasapp).
Fonte: BdF Paraíba
Edição: Cida Alves