A 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, apresentou, na manhã desta quarta-feira (13), uma nova versão do acordo negociado há duas semanas por 195 países.
Essa é a primeira vez em 30 anos, que o documento da ONU propõe que o mundo encaminhe a “transição para o fim dos combustíveis fósseis” e cita expressamente 'petróleo, gás e carvão'.
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Esta transição energética, que abrange o abandono das energias que provocaram o aquecimento do planeta, deve ser acelerada “nesta década crucial”, acrescenta o texto.
O texto final evitou a utilização da palavra 'eliminação' que foi substituída pelo termo 'transição'. A palavra eliminar era contestada pelos países que compõe a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e Arábia Saudita.
O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, chamou o acordo de "histórico", mas acrescentou que o seu verdadeiro sucesso estaria na sua implementação. “Somos o que fazemos, não o que dizemos”, disse ele. “Devemos tomar as medidas necessárias para transformar este acordo em ações tangíveis”.
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Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, avaliou que o resultado da COP28 é 'forte nos sinais, mas fraco na substância'. Para ele, o governo brasileiro deve assumir a liderança até 2024 e lançar as bases para um acordo da COP30 em Belém que atenda às comunidades mais pobres e vulneráveis do mundo e à natureza.
'Pode começar por cancelar a sua promessa de aderir à OPEP,+ o grupo que tentou e não conseguiu destruir esta cúpula. Sem uma ação real, o resultado do Dubai não será celebrado entre as comunidades de todo o mundo que sofrem com eventos climáticos extremos', reagiu.
Edição: Vivian Virissimo