LULA NA COP28

COP 28: Lula anuncia investimento em economia sustentável enquanto Brasil negocia entrada na Opep+

Presidente afirmou que as metas do Acordo de Paris não estão sendo perseguidas com o devido afinco

Brasil de Fato | Botucatu (SP) |
Lula e a primeira-dama Janja da Silva com Isabel Prestes da Fonseca, do povo munduruku, que falou na abertura da COP28: presidente mencionou mitologia indígena em seu discurso - Ricardo Stuckert/PR

Ao mesmo tempo em que avalia uma possível entrada do Brasil na Opep+, que reúne os integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e produtores aliados, o governo brasileiro apresenta na COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Dubai, ações concretas e um discurso enfático sobre a necessidade de investir em energias renováveis, reduzir o uso de combustíveis fósseis e promover desenvolvimento sustentável.

Nesta quinta-feira (30), em encontro com membros da Opep+, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil deseja se tornar membro. "Esperamos nos juntar a este distinto grupo e trabalhar com todos os 23 países nos próximos meses e anos". Nesta sexta, o Brasil anunciou investimentos de quase R$ 21 bilhões em áreas voltadas ao desenvolvimento da economia sustentável brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as metas do Acordo de Paris não estão sendo perseguidas com o devido afinco e apontou dois problemas centrais: falta de ação e de ambição.

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"Temos um problema coletivo de inação, outro de falta de ambição. As NDCs atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado. E, mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de um grau e meio", afirmou o presidente em seu segundo discurso do dia na COP28, referindo-se às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês), cujo objetivo é evitar que a temperatura global se eleve acima de 1,5 graus em relação à era pré-industrial.

"O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025 e 53% até 2030, além de atingir neutralidade climática até 2050. Nossa NDC é mais ambiciosa do que a de vários países que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial no século 19", disse Lula. O presidente reiterou o compromisso em cuidar da Amazônia, porém, numa perspectiva de um problema que depende de uma ação coletiva para ser sanado. "Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. A Amazônia está atravessando, neste momento, uma seca inédita. O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água doce do mundo. Mas o futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas".

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No mesmo dia em que Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza, um dia após um atentado reivindicado pelo Hamas matar três pessoas em Jerusalém, o presidente brasileiro voltou a criticar o gasto em armamentos e ações bélicas. "Somente no ano passado, o mundo gastou mais de 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas, quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática. Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas?"

Transição energética em cinco editais

Os investimentos brasileiros fazem parte do programa Mais Inovação Brasil. “São cinco editais, todos focados no debate da transição energética. Nós não temos como enfrentar o aquecimento global, a mudança climática, sem ciência e sem tecnologia”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

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Juntos, os cinco editais representam um investimento de R$ 20,85 bilhões e serão destinados ao financiamento de projetos nas áreas da transição energética, bioeconomia, infraestrutura e mobilidade. Outra iniciativa apresentada na COP28 é a plataforma SIRENE Organizacionais, ferramenta pública que vai receber os inventários de emissões de gases de efeito estufa de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor de todos os segmentos econômicos. O objetivo é atender uma demanda do setor produtivo por um sistema nacional de relato, mensuração e verificação das emissões de carbono no Brasil, segundo o Palácio do Planalto.



Com informações do Palácio do Planalto e da Folha de S.Paulo.

 

Edição: Leandro Melito