Trabalhadores dos Correios realizam, na manhã desta quinta-feira (23), uma manifestação em frente à sede do banco BNY Mellon, localizado na Avenida Presidente Wilson, no Centro do Rio de Janeiro, para cobrar a responsabilidade da instituição financeira na gestão do fundo de previdência do Postalis que acumula um prejuízo estimado em cerca de R$ 10 bilhões.
Segundo as entidades sindicais que representam a categoria, o Postalis conta com aproximadamente 500 mil participantes, entre pensionistas e familiares. Um requerimento enviado pela Associação dos Aposentados dos Correios (AAC) à Câmara dos Deputados com um pedido de audiência pública para debater a situação do fundo afirma que “o Plano de Benefício Definido do Postalis detém hoje ativos avaliados em R$ 3,1 bilhões, montante que garante o pagamento das aposentadorias e pensões por, no máximo, 36 meses”.
De acordo com reportagem da Carta Capital, o pedido de audiência pública foi protocolado pelo deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG) e aprovado por unanimidade em 31 de outubro pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Contudo, a reunião não tem data para acontecer.
Além da audiência, uma investigação em segredo de Justiça corre no Ministério Público Federal (MPF). O Postalis mantém mais de 10 ações judiciais no Brasil para reparação destes danos, que guardam decisões definitivas. Além da batalha na Justiça, o fundo também tenta há anos fazer com que a subsidiária do BNY Mellon no Brasil assuma suas responsabilidades, mas as negociações não avançam.
Representantes da Federação dos Aposentados e Aposentáveis dos Correios (FAACO), da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) e da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), assim como de outros sindicatos do Brasil, em especial do setor bancário, fazem parte do movimento em apoio ao Postalis.
O Brasil de Fato tentou contato pelo telefone com o escritório do BNY Mellon no Rio para um posicionamento sobre o caso do fundo Postalis, porém a ligação apresentou problema em todas as tentativas realizadas. O espaço segue aberto para a o banco.
Edição: Jaqueline Deister