O motorista atropelador nem tentava fugir, pois poderia ser denunciado
Muitos brasileiros têm mania de malandros e acham que muitos povos são trouxas, principalmente europeus. Mas a coisa não é bem assim. Tá cheio de brasileiro trouxa. Basta ver o tanto de gente que passou muito dinheiro por PIX pra um malandro aí... E tem europeus que são pra lá de malandros.
Andei vendo umas séries de televisão que se passam na Suíça, país símbolo de tudo certinho. E lá tem malandragens também, desde as mais simples até as brabas. E isso não é de hoje.
Um amigo meu, que conheci quando entramos na faculdade, o Heinz, era suíço. Depois ele se mudou para Minas Gerais e se naturalizou brasileiro, mas dizia que se naturalizou mineiro, porque se identificou demais com a gente.
Ele me contava muitas histórias da Suíça, onde passou a infância. Quando viajava pra lá, voltava contando outras.
Parte dessas histórias mostravam uma Suíça certinha, chata. A exigência de silêncio, lá, era rigorosa, não podia nem dar descarga na privada depois das dez horas da noite. Também não gosto de barulho, mas silêncio absoluto acho que incomoda.
Bom, agora a malandragem.
Num país rico como aquele, chegavam a fazer túneis para passar estradinhas sem nenhum movimento. Numa dessas, tinha um túnel que numa saída para um lado a estrada fazia uma curva radical, virava de uma vez para a direita.
Apesar do pouco movimento, tinha uma placa pedindo para os motoristas buzinassem dentro do túnel, para que alguém que viesse no sentido contrário ouvisse...
Acontece que bem ali tinha um roceiro suíço que criava galinhas. Quando abriram o túnel, todos os dias ele tocava uma buzina e jogava milho na estrada. As galinhas se acostumaram: buzina significava milho na estrada.
Assim, quando um carro buzinava dentro do túnel, as galinhas corriam para a estrada. E fatalmente uma delas era atropelada.
Do alpendre de sua casa, o roceiro observava... o motorista atropelador nem tentava fugir, pois poderia ser denunciado. E isso lá era crime!
Parava o carro e ia conversar com o sujeito, que fazia o maior drama: “Era minha galinha de estimação....”. O atropelador propunha uma indenização, ele negociava e acabava “aceitando” coisa como mais de mil reais pela galinha atropelada.
Ah... o atropelador não ia levar a galinha morta pra casa, né? Dava pra ele. Comia galinha direto, de graça..
Edição: Rodrigo Gomes