O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, derrotou o candidato peronista Sergio Massa em 20 das 23 províncias e na capital Buenos Aires, na eleição presidencial deste domingo (19). No total, Milei teve cerca de três milhões de votos de vantagem: 14.476.462 contra 11.516.142.
Milei foi o mais votado nas províncias de Jujuy, Salta, Misiones, Corrientes, Catamarca, La Rioja, San Juan, Tucumán, San Luis, Córboba, Mendoza, La Pampa, Neuquén, Río Negro, Chubut, Santa Cruz, Santa Fé, Entre Ríos, Chaco e Tierra del Fuego, e na cidade de Buenos Aires. Em Córdoba, a diferença da quantidade de votos entre os candidatos foi a maior: 74,05% dos votos para Milei contra 25,94% para Massa.
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Já o atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernández, Sergio Massa, foi o mais votado apenas na província de Buenos Aires – que não se confunde territorialmente com a cidade de Buenos Aires – em Santiago del Estero e em Formosa.
A distância expressiva entre Milei e Massa surpreendeu os argentinos, que previam uma disparidade de votos menor do que o concretizado. Do primeiro para o segundo turno, Milei passou de oito milhões de votos para 14,4 milhões.
Os votos a mais representam praticamente a mesma quantidade de votos que recebeu a terceira colocada, Patricia Bullrich, no primeiro turno: 6,2 milhões. Após a derrota, Bullrich declarou apoio a Milei no segundo turno da eleição, assim como fez o ex-presidente Mauricio Macri.
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Javier Milei vai ocupar a Casa Rosada, sede do governo argentino, a partir de 10 de dezembro, dia em que termina o mandato de Alberto Fernández. Em seu primeiro pronunciamento, Milei disse que este domingo foi "uma noite histórica: hoje começa a reconstrução da Argentina".
Massa, por sua vez, telefonou para Milei para reconhecer o resultado, “para parabenizá-lo e lhe desejar boa sorte, porque é o presidente que a maioria dos argentinos elegeu para os próximos quatro anos”.
“Continuo acreditando, assim como no primeiro dia, que a Argentina precisa de acordos políticos de Estado, que o sistema educacional, o sistema de trabalho, o sistema de garantias, os direitos humanos, as relações internacionais, devem ser acordos por meio dos quais a Argentina se mova”, disse o candidato pela coalizão União pela Pátria em discurso.
“Compreendo quem sente decepção e raiva esta noite. Quero dizer pessoalmente que tentei deixar tudo de mim nesta campanha. Fiz isso convencido porque amo profundamente a Argentina, quase com a mesma intensidade com que amo meus filhos”, prosseguiu.
E terminou com um apelo: “Que venham as novas gerações. Continuemos a fazer a mudança transitória e democrática, que milhares de jovens continuem a se apaixonar pelo fato de a Argentina ser um grande país”.
Edição: Vivian Virissimo