Com o lema “Agroecologia na Boca do Povo”, a cidade do Rio de Janeiro vai sediar pela primeira vez o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) a partir da próxima segunda-feira (20). O evento acontece de forma descentralizada, com programações paralelas ocupando diferentes espaços do centro do Rio e da Lapa até o dia 23 de novembro.
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A Praça do Passeio, na Cinelândia, vai receber atividades gratuitas como feiras, oficinas, rodas de conversa, shows e outras iniciativas, dos dias 21 a 23, das 8h às 18h. Também serão instaladas na praça as estruturas para acolher a Tenda dos Povos Indígenas, a Comedoria (Praça de Alimentação), o Festival de Arte e Cultura da Agroecologia (FACA), os Barracões de Saberes, e a Feira da Agrobiodiversidade.
Outros pontos importantes de atividades serão a Fundição Progresso, os Arcos da Lapa, Circo Voador, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o Armazém do Campo RJ, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e o espaço da ONG Ação Cidadania.
Nesta que é a 12ª edição do encontro, a expectativa é reunir cerca de 5 mil participantes entre estudantes, pesquisadores(as), extensionistas, técnicos(as), agricultores(as), comunidades tradicionais, movimentos sociais e pessoas ligadas ao tema da agroecologia. A última edição realizada foi em 2019, em Aracaju.
De acordo com a comissão organizadora, a ideia de ocupar espaços públicos também dialoga com o objetivo de aproximar as pessoas da agroecologia e da alimentação saudável, reconhecendo os saberes acadêmicos e populares: "Agroecologia na boca do povo".
"Trata-se de colocar em evidência não somente a capacidade de produção de alimentos saudáveis e diversos pelas muitas agriculturas, tecidas por agricultores e tantos povos e comunidades no campo, nas cidades, nas águas e nas florestas, mas a necessidade de garantia de acesso a esses alimentos pelos diferentes setores da sociedade, especialmente os mais vulneráveis", diz o texto de apresentação do Congresso.
Em entrevista ao programa Bem Viver, do Brasil de Fato, a representante da ABA Sudeste, Natália Almeida, explicou que o lema desta edição traz o contexto econômico e social do país, considerando os desafios acentuados nos últimos anos.
“Não seria possível construir esse processo sem interagir com a volta do Brasil ao Mapa da Fome, sem enfrentar questões centrais e estruturais para a democracia no Brasil. O lema do Congresso esse ano é uma tradução da ciência que a gente acredita. É uma tradução da articulação no campo da ciência, do movimento e da prática para que a gente não só pense em uma atuação em rede, mas que a gente pense caminhos e propostas”, disse Natália, que também integra a Agenda de Saúde e Agroecologia da Fiocruz.
Confira a programação completa neste link e nas redes sociais:
Edição: Clívia Mesquita