Na última quarta-feira (8), a Justiça do Rio condenou três policiais militares a 54 anos de prisão pelas mortes de seis pessoas em 2009 no Morro da Coroa, no Catumbi, no centro da cidade. A decisão, que veio 14 depois dos crimes, classificou a conduta desses policiais como altamente reprovável, uma vez que também atingiram vítimas sem qualquer envolvimento com a criminalidade.
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Uma das vítimas foi o lanterneiro Josenildo Estanislau dos Santos, de 42 anos. Segundo laudo pericial da Defensoria Pública do Rio, ele foi morto com tiros de fuzil na nuca, à curta distância, sem qualquer possibilidade de reação. Desde então, seus familiares iniciaram uma jornada para coletar provas em busca da responsabilização dos policiais envolvidos na execução.
Na época, os policiais disseram que foram recebidos a tiros e a corporação registrou os casos como homicídios provenientes de auto de resistência. Porém, a denúncia ajuizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) destacou que os três policiais agiram com violência desnecessária e não houve provas de que eles foram atacados durante a incursão.
Um trecho da sentença ressalta que os réus intimidaram moradores que poderiam servir como testemunhas, inclusive parentes das vítimas, a ponto de terem que deixar suas casas e pedir proteção das autoridades e agentes públicos comprometidos com a proteção de direitos humanos.
Edição: Clívia Mesquita