CRIMES ÓBVIOS

Uma Palestina livre é inevitável

Para todos que visitam a Palestina, a fragilidade do projeto sionista é óbvia

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Mais de 5 mil palestinos estão detidos em prisões israelenses e outros tantos ainda estão detidos em prisões geridas pela Autoridade Palestina a pedido de Israel
Mais de 5 mil palestinos estão detidos em prisões israelenses e outros tantos ainda estão detidos em prisões geridas pela Autoridade Palestina a pedido de Israel - AFP

No dia 7 de outubro, o povo palestino quebrou os quase 20 anos de bloqueio em Gaza, a maior prisão a céu abeto do mundo. Em resposta, o regime israelense os ameaçou com o extermínio. “Não haverá eletricidade, comida, água ou combustível. Tudo estará fechado”, declarou o Ministro de Defesa de Israel. “Estamos combatendo animais humanos e vamos responder de acordo.”

Agora, o cerco intensificou-se a proporções genocidas. Centenas de milhares se tornaram deslocados internos dentro de Gaza, cuja população de dois milhões de pessoas não tem para onde ir. O número de mortos, provavelmente subnotificado, cresce a cada hora. Blocos residenciais inteiros estão sendo destruídos enquanto famílias aterrorizadas encolhem-se na escuridão, apartados do mundo exterior.

De Washington a Bruxelas, os líderes das velhas potências coloniais foram rápidos em torcer pela violência, enquanto caluniam a resistência palestina com uma propaganda histérica crescente. Mas insistir, como eles fazem, que a “violência é não provocada” é optar pela amnésia.

A violência – a violência original do colonizador – há muito tem sido costurada na própria geografia da Palestina colonizada. Suas paisagens serenas estão cheias de cicatrizes como muros e labirintos, checkpoints, torres de guarda, postos avançados e armas de fogo. Eles separam os agricultores de suas fazendas, os comerciantes de suas rotas de comércio, os pescadores do mar, os irmãos das irmãs.

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Algumas vezes, eles aparecem dentro das casas.  Um grupo de colonos se mudou para a residência da família el-Kurd no bairro de Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental, separando o jardim da família, sua sala de estar e dois quartos do resto dos cômodos. A parte ocupada da casa, assim como outras zonas ocupadas da Palestina, são imagens de negligência. Por todo lugar, colonos israelenses fazem da terra um lugar inabitável para os que desejam retornar.


Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. / Pawel Wargan

A guerra silenciosa

Quando nós visitamos a Palestina em maio como parte de uma brigada internacional organizada pela Internacional progressista em colaboração com a Assembleia Internacional dos Povos, vimos que a violência se revela por toda a topografia da ocupação. Da cidade velha de Jerusalém Oriental, passando pela Mesquita Al-Aqsa, descemos uma colina íngreme.

Passamos pela chamada Cidade de Davi, uma invasão de colonos onde, sob o disfarce de escavações arqueológicas à procura de traços da arquitetura judaica antiga – que em grande parte não existem – as forças de ocupação desenterraram pomares palestinos e cercaram suas terras. Chegamos a Silwan. O enclave é a casa de mais de 65 mil palestinos. Lá, milhares de casas enfrentam demolições por não possuírem as permissões certas. Muitas delas se tornaram escombros.

Às vezes as famílias ganham a oportunidade de comprar de volta suas casas: pagam um “resgate” para mantê-las de pé. Então, a família expulsa recebe uma conta referente ao trabalho dos soldados e cachorros que os forçaram para fora de casa – e também pelas máquinas que a derrubaram. Mais tarde, os colonos chegam, sempre flanqueados por guardas armados. “Em Gaza, você vê as bombas. Na Cisjordânia, os mártires. Aqui, há uma guerra silenciosa,” disse Kutaybah Odeh, um organizador comunitário local.

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Ainda assim, os moradores de Silwan se organizam para resistir à guerra silenciosa. Quando as bulldozers [escavadeiras] chegam, eles protestam para defender as famílias cuja vez horrível havia chegado. O Centro Comunitário Al-Bustan coordenado por Odeh se tornou o coração próspero da comunidade. Lá, é possível encontrar brinquedos simples e desafiantes: trompetes e baterias para as bandas marciais; um grande tatame e, do lado de fora, um palco para apresentações e um parque – sinais da normalidade e resistência no local de apagamento. A redor, as vielas estreitas da vizinhança são adornadas por árvores, azulejos e desenhos. “As autoridades da ocupação nos dizem que eles irão destruir nossas casas porque elas são inadequadas para moradia,” disse Odeh. “Então nós mostramos para esses que moramos no paraíso.”


Silwan, distrito de maioria palestina na porção oriental de Jerusalém. / Pawel Wargan

A ocupação dentro da ocupação

Da linha de frente da “guerra silenciosa” de Odeh, viajamos para Hebron (ou Al-Khalil, em seu nome original árabe), na Cisjordânia. Chegamos a um agitado mercado onde haviam berinjelas em cinco diferentes tamanhos e os falafels eram fritos e frescos. Hebron é a “ocupação dentro da ocupação”.

Checkpoints bastante fortificados – emaranhados de redes, arame farpado, portões e catracas – guardam os assentamentos israelenses ilegais onde um dia esteve o centro da cidade. Acima de um assustador portão que separa um desolado assentamento do resto da cidade está um armamento chamado por alguns de “atirador inteligente”, um rifle automatizado que pode matar humanos que se aproximam caso o sistema os considere um risco.

Os rostos de praticamente todos os palestinos estão registrados no sistema, que determina seus destinos antes mesmo que eles possam ver um rosto humano ou ouvir a voz humana. Soldados podem operar o rifle com um joystick – um macabro jogo de matar que o invasor media por meio da tela, e o povo invadido sente na própria carne.

Mas o que está sendo protegido? Uma rua quase vazia e sem vida. Uma máquina de vendas automáticas. Uma van quebrada. Sinais de uma história fabricada que procura remodelar a opressão do colonizador em vitimização. Bandeiras, várias bandeiras. Aqui, em um assentamento com quase 400 pessoas, aos palestinos não é permitido colocar os pés.

Não permanece nenhum traço da vida pujante que desafiadoramente continua a existir fora dessas barricadas que se expandem, uma vida que os colonos moem com saraivadas diárias de pedras, urina e ácido. Uma vida que o Estado ativamente apaga. Os mercados palestinos se tornaram o jaulas: fechadas por todos os lados por portões e arame pra se defenderem dos ataques dos colonos.


Lojas fechadas na cidade de Hebron, também conhecida como Al-Khalil em árabe. / Pawel Wargan

Em Hebron, 1.350 lojas palestinas foram fechadas pela ocupação israelense nos ´últimos 23 anos, soterrando a vida econômica da cidade e semeando miséria e desespero entre as pessoas. Diariamente, 365 crianças que frequentam as escolas próximas do assentamento têm que cruzar três checkpoints militarizados duas vezes ao dia para chegar à sala de aula e então para retornas às suas casas. Ao todo, existem 28 checkpoints em uma área menos que 5 km²: um para cada 25 colonos. Conforme os assentamentos expandem-se, o coração da cidade gradualmente desvanece.

Direito a permanecer

A geografia do sionismo não pode ser medida em linhas retas. As cidades de Jerusalém e Belém distam menos de 10 km, o equivalente a 30 minutos de viagem. Mas para os palestinos vivendo em Belém, essa distância é inexpugnável. Um palestino da Cisjordânia que ainda possui as chaves de sua casa em Jerusalém está mais próximo de São Paulo, Johannesburgo (África do Sul) ou Pequim (China) do que de seu lar ancestral. Ele não pode viajar porque a ocupação escreveu as regras que governam seus movimentos.

Em Jerusalém, a residência é garantida àqueles cujo “centro da vida” é a cidade, um conceito legal mal definido, frequentemente interpretado ao sabor das autoridades da ocupação. Palestinos expulsos de suas casas em Jerusalém Oriental perdem seus “centros de vida” na cidade. No processo, eles perdem o direito de permanecer. Perder a residência significa a total exclusão da vida social e econômica: não se pode alugar uma casa, abrir conta em banco, entrar para a universidade ou conseguir emprego. Por volta de 95% das solicitações para construção requeridas por palestinos são rejeitadas pelas autoridades israelenses, tornando extremamente difícil a eles encontrar nova moradia. Portanto, os palestinos são forçados a morar em bairros ou campos na cada vez mais populosa Cisjordânia, cujas terras continuam a ser cortadas e distribuídas pelos assentamentos sionistas.

Desde 1950, o Campo de Refugiados Aida em Belém tem sido a casa para milhares de famílias palestinas que escaparam da Nakba – a campanha de limpeza étnica perpetrada pelas forças sionistas que expulsaram mais de 750 mil palestinos de suas casas em 1948. Eles vieram de mais de 27 diferentes cidades e vilas e mais de 6 mil pessoas continuam vivendo lá ainda hoje em altas construções improvisadas de tijolo e concreto que testam os limites da integridade estrutural.

As Nações Unidas estimaram que a densidade da população do campo é de 77.464 habitantes por quilômetro quadrado, uma das maiores do mundo. O muro de mais de 8 metros de altura paira sobre os palestinos, lançando uma sombra permanente no perímetro do acampamento. M. nos levou ao teto de um prédio residencial ao lado do muro. De lá, ele inspecionou a barreira e olhou para a terra que ela esconde: um provocante campo de oliveiras que se estende pelo horizonte. “Em teoria, ela ainda está dentro das fronteiras destinadas a nós, mas eu nunca estive lá,” disse.

Nas vielas claustrofóbicas dos campos de refugiados, o regime sionista rotineiramente testa suas cruéis tecnologias de violência. A cada poucos meses, caminhões militares israelenses borrifam excrementos nos bairros, direcionando as mangueiras para as janelas abertas. Às vezes, os soldados explodem as paredes das casas com explosivos, traumatizando crianças no processo.

O fedor do gás lacrimogêneo é generalizado. O Campo de Refugiados de Ainda é a área mais exposta a gás lacrimogêneo em todo o mundo. Nos minutos seguintes à nossa chegada, vimos saraivadas de bombas de gás lacrimogêneo sendo lançadas do teto de veículos armados em direção a famílias que haviam se reunido no cemitério para prestar tributo a parentes mortos. De quando crianças palestinas aprenderam a arremessar de volta bombas de gás lacrimogêneo, os Estados Unidos desenvolveram uma nova granada – apelidada de “a borboleta” – que gira enquanto libera o gás tóxico. Nós vimos isso também. Quando nossa delegação visitou o cemitério mais tarde, à noite, as forças de ocupação nos ameaçaram com armas apontadas para nós.

A impunidade permitida perante os observadores internacionais fala dos horrores que ocorrem na sua ausência. Uma noite, após nossa chegada ao campo de Aida, soldados israelenses atiraram em dois jovens com balas explosivas, munição banida sob a lei internacional. Um dos rapazes perdeu a perna, o outro teve o intestino arrancado do abdômen. Os dois sobreviveram, ainda que os soldados israelenses tenham os deixado para morrer na beira da estrada.

A Nakba nunca acabou  

Quando as velhas potências coloniais criticam a violência “não provocada” palestina, eles acobertam a persistente e furtiva violência da ocupação colonial que o povo palestino tem enfrentado em todos os aspectos de suas vidas nos últimos três quartos de século. A Nakba nunca acabou. Desde 1948, os palestinos perderam 85% de suas terras. A militarização do Estado de Israel confinou os palestinos a uma série de prisões a céu aberto, nas quais eles são insultados, humilhados e mortos.

O povo palestino não tem escolha. Suas terras foram invadidas. Suas famílias foram espoliadas e massacradas. Sua soberania foi apagada e suas riquezas roubadas debaixo dos seus pés

Os sionistas arrancaram suas oliveiras. Eles cimentaram fontes de água, expulsaram suas famílias usando gás lacrimogêneo, queimaram suas plantações ou envenenaram suas terras com substâncias desconhecidas. Essa violência só escalou com o encorajamento direto do governo agora abertamente fascista. Nos primeiros nove meses de 2023, forças de ocupação mataram mais palestinos na Cisjordânia do que em qualquer ano desde que as Nações Unidas passou a registrar o número de mortos.

Um dos mitos espalhados sobre a resistência palestina esta semana é que o sionismo é invencível. Na verdade, esse mito já era frágil como uma folha de papel. Apesar da humilhação e violência rotineiras, ao longo do zig-zag da ocupação nós encontramos homens, mulheres e crianças com o queixo levantado, sorrisos calorosos e olhos pacientes. Eles nos receberam em suas casas e comunidades e nos contaram suas histórias.

O contraste com as forças de ocupação era inevitável. Quanto mais longe viajávamos dentro da Cisjordânia, mais aterrorizadas pareciam as pessoas. Armas em punho, os soldados pareciam preparados para soltar violência desproporcional sobre aqueles ao redor. É como se sentissem que o regime colonial não poderia ser sustentado sem qualquer custo para eles próprios – uma realidade que agora está em evidência.

Essa fragilidade tem suas raízes em uma verdade simples: o povo palestino não tem escolha. Suas terras foram invadidas. Suas famílias foram espoliadas e massacradas. Sua soberania foi apagada e suas riquezas roubadas debaixo dos seus pés. Em cada estágio, os opressores podiam escolher – e escolheram a violência. O sionismo está ligado por um milhão de fios ao imperialismo e capitalismo. Em seus primeiros dias, o movimento sionista recebeu apoio relevante do Império Britânico procurando manter seu domínio na região após a Primeira Guerra Mundial.

Hoje, ele é sustentado pelos Estados Unidos e seus subordinados como um posto avançado do império no oeste do continente asiático – uma base concebida para avançar e cobrir as ambições imperialistas e etno-nacionalistas do Ocidente na região. A fragilidade de Israel, então, é a fragilidade do imperialismo. A esmagadora demonstração de apoio dos EUA a Israel hoje deixa claro que o ato de libertação em qualquer lugar é uma ameaça ao imperialismo em todo o mundo.

O sionismo é parceiro do imperialismo

O apoio imperialista ajuda a sustentar a economia capitalista de segregação racial dentro da Palestina colonizada. Os primeiros industrialistas sionistas vieram tanto com o maquinário quanto com o trabalho. Por outro lado, a Palestina foi desindustrializada e sua população foi excluída do mercado de trabalho. Como escreveu o Ghassan Kanafani, as próprias fundações econômicas do Estado sionista são encontradas na desapropriação e exclusão sistemática do povo palestino e a criação de uma economia “apenas para brancos” centrada nos colonos:

“A imigração [sionista] foi pensada não apenas para assegurar a concentração de capital de judeus europeus na Palestina – para dominar o processo de industrialização –, mas também para fornecer este esforço com um proletariado judeu: a política que levantou o slogan 'apenas trabalho judeu' teria graves consequências, pois levou ao rápido surgimento de padrões fascistas na sociedade dos colonos judeus.”

À medida que a pretensão de democracia liberal desaparece e a face colonial de Israel ganha uma visão mais nítida, muitos acreditam que o país corre o risco de uma onda de fuga de capitais que poderá desafiar a própria base da sua economia colonial.

Hoje, o Estado israelense é altamente dependente de investimento estrangeiro. Em 2022, seu setor de alta tecnologia respondeu por 48,3% das exportações, um sistema que é sustentado em parte pela exploração da mão-de-obra palestina, e 80% dos investimentos de risco neste sector baseiam-se em fundos estrangeiros.

Atualmente, o regime israelense está implementando uma série de “reformas” judiciais e sociais que encontraram oposição significativa entre os israelenses liberais, que toleram o regime colonial na medida em que a pretensão de democracia liberal, com primazia judaica, é preservada. À medida que a pretensão de democracia liberal desaparece e a face colonial de Israel ganha uma visão mais nítida, muitos acreditam que o país corre o risco de uma onda de fuga de capitais que poderá desafiar a própria base da sua economia colonial.

Agora, “todas as opções estão sobre a mesa”. Esse momento está gerando uma profunda e persistente crise interna na sociedade israelense, refletida em investimentos perdidos no mercado interno, críticas de parceiros estrangeiros e renovado interesse global no desinvestimento como estratégia anti-apartheid. Como nos disseram representantes do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), “para manter-se apoiado pelo capitalismo, Israel não pode se tornar ortodoxa. Mesmo para o capitalismo, o país deve mostrar um rosto de democracia liberal.” Este foi um dos fatores que abriu a janela de oportunidade para a resistência palestina.

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Aqui, a missão principal do BDS – cortar as artérias da cumplicidade estatal, institucional e corporativa que dá forças ao projeto sionista – estão sob a lupa. A luta para liberar a Palestina é fundamentalmente a luta contra capitalismo e o imperialismo. Ela exige que os que vivem em países imperiais lutem contra os financiadores, corporações e instituições que sustentam a ocupação. Ela convoca cientistas a se negarem a desenvolver os gases que envenenam as crianças palestinas, chama os funcionários de fábricas a se negarem a produzir munição que esmaga as famílias em Gaza, convoca os estivadores a não carregarem os navios com essas armas. Ela também nos convida a levar a sério a luta pelo socialismo, pois somente travando a propagação cancerosa do imperialismo é que a violência auxiliar da dominação colonial do sionismo poderá acabar de uma vez por todas.

Os palestinos não desistiram de sua luta pela liberdade

Nós não podemos abandonar a luta, pois os palestinos não a abandonaram. Na Universidade de Ramallah, vimos bandeiras vermelhas balançando no alto. Uma exposição apresentando combatentes da resistência martirizados em Jenin e Nablus viu centenas de jovens comunistas irem ao campus. Os organizadores do evento nos entregaram panfletos anunciando a sua candidatura nas próximas eleições estudantis. Eles enfrentam ventos profundamente contrários.

O ataque às organizações políticas palestinas é implacável. Mais de 5 mil palestinos estão detidos em prisões israelenses e outros tantos ainda estão detidos em prisões geridas pela Autoridade Palestina a pedido de Israel. Mas o poder político organizado está em ascensão. Em toda a Palestina, sindicatos de médicos e professores organizaram uma greve histórica que visava tanto a ocupação israelense como a cumplicidade da Autoridade Palestina. Agora, à medida que o povo palestino rechaça a ocupação, as forças anti-imperialistas, socialistas, comunistas e outras forças populares no estrangeiro devem trabalhar para esmagar os seus apoiadores imperialistas.

Sabemos que este movimento combinado terá sucesso. Como Fayez Sayegh escreveu no texto seminal “Colonialismo sionista na Palestina”, o sionismo era anômalo porque “floresceu precisamente quando o colonialismo começava a desaparecer” – uma relíquia do passado que retardou a tendência histórica para a libertação. Mas no longo arco da história, a libertação do colonialismo é inevitável. Tal como as nações do mundo proclamaram na Declaração das Nações Unidas sobre a Concessão de Independência aos Países e Povos Coloniais de 1961, “o processo de libertação é irresistível e irreversível”. A promessa da soberania da Palestina será concretizada – do rio ao mar. Mas até chegarmos a esse momento, que custo terrível irá o Estado sionista impor ao povo palestino por procurar a sua liberdade? E o que teremos feito para impedir isso?