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MST supriu lacunas do governo nos cuidados na pandemia na zonas rurais do país, revela estudo

Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa entrevistou 50 mulheres do campo e percebeu falhas do governo na comunicação

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Ações de solidariedade do MST durante a pandemia foram atos recorrentes - Brigada Internacionalista Samora Machel

Ao longo da pandemia, movimentos populares do campo atenderam comunidades rurais localizadas na Zona da Mata de Minas Gerais de forma mais precisa que o governo federal. É isto que revela um estudo elaborado na Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Ao todo, foram entrevistadas 50 mulheres de diferentes contextos: assentadas da reforma agrária pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), agricultoras quilombolas que vivem em territórios associados à Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e agricultoras convencionais.

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Segundo a pesquisadora responsável pelo estudo, “foi uma diferença muito grande [entre os grupos]. Porque o governo, não só o governo federal, mas o estadual também foi muito negligente”, afirma Daniela Leal, em entrevista ao programa Bem Viver desta segunda-feira (30).
 
“Para aquelas mulheres rurais, por exemplo, que estão associadas ao movimento sem terra, elas foram supridas de todo tipo de informação, uma informação de qualidade, uma informação que dialogava com as comunidades rurais”, afirma a pesquisadora que atua no grupo de pesquisa Meios – Comunicação, Relações Raciais e Gênero vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da UFV.

O estudo destaca, por exemplo, a iniciativa do MST de apostar em comunicações visuais por meio do WhatsApp. Na pesquisa, o grupo cita o caso das mulheres do Assentamento Olga Benário, localizado em Visconde do Rio Branco (MG), onde foi percebido que a população se apresentou mais informada em relação aos protocolos de saúde.

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A pesquisadora ressalta dois pontos para argumentar os motivos da falha do governo federal ao se comunicar com estas populações. Segundo ela, foi notório como a gestão Bolsonaro apostou em informações negacionistas, “defendendo medicamentos de tratamento precoce, menosprezando o uso de máscara e outros equipamentos de segurança”.

Ao mesmo tempo, segundo Leal, não houve um cuidado de se comunicar com a realidade das comunidades rurais e não foi levado em consideração a especificidade daquela região.

Leal cita, por exemplo, como o acesso à internet móvel é muito diferente em relação às cidades e cita também a o acesso à profissionais de saúde. 

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A pesquisadora cita um exemplo prático que essas diferenças impactam.

“Identificando que pessoas que se informavam muito pelo rádio não entendiam o distanciamento social. Então, às vezes é um conceito que precisa ser alinhado a uma imagem para que fique claro para a pessoa, sabe?”.

Daniela Leal destaca que também não se pode generalizar o meio rural e entender que, por exemplo, “o Semiárido, é diferente do rural de Santa Catarina, que é diferente da Zona da  Mata Mineira, o rural amazônico…”

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Como resolução do estudo, o grupo lançou  o guia “Boas práticas em comunicação & saúde pública para população rural”, visando contribuir para o planejamento de estratégias de comunicação e saúde que levem em conta a diversidade social existente no ambiente rural e os fatores que aumentam a vulnerabilidade de indivíduos e comunidades. 


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Edição: Vivian Virissimo