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Seis estações de trem na Zona Oeste do Rio voltam a ser fechadas no dia seguinte dos ataques

Ramal Santa Cruz passa por manutenção após incêndios da última segunda (23); região teve aumento da violência armada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Zona Oeste concentra cerca de 41% da população carioca; trens circulam com intervalos de 20 minutos até Campo Grande
Zona Oeste concentra cerca de 41% da população carioca; trens circulam com intervalos de 20 minutos até Campo Grande - Marcelo Horn/Supervia

Na tarde desta terça-feira (24), a Supervia informou que seis estações, entre os bairros Inhoaíba e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão fechadas para embarque e desembarque de passageiros devido a necessidade de manutenção emergencial. Um trem do ramal Santa Cruz foi incendiado na última segunda (23) durante ataques de criminosos contra o transporte público. 

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Agentes do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) atuam na plataforma das estação de Paciência, Santíssimo, Benjamim do Monte (Inhoaíba) e Campo Grande. Os trens circulam com intervalos de 20 minutos apenas entre as estações Central e Campo Grande. A Polícia Militar também reforça o patrulhamento nas estações do BRT na Zona Oeste que foram alvos de ataque.

A morte do miliciano Matheus da Silva Resende, considerado o segundo na hierarquia da principal milícia do estado, desencadeou o maior ataque a ônibus já registrado em um único dia, de acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio de Janeiro na última segunda-feira (23). 

Segundo moradores, grande parte do comércio permaneceu de portas fechadas no dia seguinte dos ataques. A rotina de estudantes também foi impactada. Vinte escolas municipais suspenderam as aulas nesta terça (24), enquanto unidades estaduais registraram baixa presença, de acordo com o portal G1.

Escalada de violência

Atualmente a Zona Oeste tem 2,6 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41% da população carioca. A região possui 40 bairros e 70% do território total do município.

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Dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que a região registrou aumento da violência armada este ano. O número de mortos a tiros mais do que dobrou (127%) de 2022 para 2023. O número de tiroteios também aumentou mais de 50% em comparação ao último ano, totalizando 737 tiroteios de janeiro a outubro. 

No início do ano, a disputa entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho por regiões da Zona Oeste, como a Gardênia Azul, impulsionou o número de tiroteios em confrontos: foram 59 em 2023, contra 22 em 2022, números que representam aumento de 168%.

Edição: Clívia Mesquita