O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou nesta quarta-feira 18) a Israel, onde se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A visita é uma demonstração de apoio, mas também é vista como um ato de campanha eleitoral.
Na semana passada, o democrata já tinha feito um pronunciamento na Casa Branca sobre o conflito. Ele caracterizou a ação do Hamas como de “puro mal” e reiterou o “apoio inabalável” dos Estados Unidos a Israel.
Durante o encontro com Netanyahu, Biden afirmou que o bombardeio de um hospital em Gaza foi ação do “outro time” e, ao mesmo tempo, pediu ao israelense que lembrasse que nem todos os palestinos de Gaza são parte do Hamas. Uma corda bamba por onde o presidente dos EUA tenta caminhar.
Ainda que a posição oficial - e hegemônica - do país seja de apoio irrestrito aos israelenses, cresce na sociedade estadunidense, sobretudo entre os mais progressistas, um eleitorado importante para Biden, uma insatisfação perante as violações de direitos humanos perpetradas contra o povo palestino.
Ao mesmo tempo, o presidente estadunidense precisa agradar a maioria do país que declara apoio a Israel, 42% de acordo com a última pesquisa YouGov, e também se mostrar mediador para a minoria (9%) que diz apoiar os palestinos. O comentário sobre o bombardeio do hospital em Gaza, não ajudou.
Muçulmanos sob ataque nos EUA
Enquanto isso, nos EUA, cresce a batalha política relacionada ao conflito. Ron DeSantis, governador da Flórida e pré-candidato republicano à presidência, afirmou que o país deveria proibir refugiados palestinos de conseguir asilo no país. Alguns deputados fizeram declarações semelhantes.
Atualmente, porém, os EUA praticamente não concedem refúgio a palestinos. No ano fiscal, apenas 56 conseguiram asilo em um total de 60 mil asilados. Nos últimos 10 anos, menos de 600 palestinos se refugiaram no país.
A declaração joga ainda mais lenha na fogueira da xenofobia contra a população muçulmana. No início da semana, o país assistiu em choque o assassinato de um menino palestino-estadunidense de 6 anos por 26 facadas. O assassino, proprietário do apartamento onde o menino vivia com a família, era ouvinte assíduo de rádios de extrema-direita que difundem ideias semelhantes à do pré-candidato.
Edição: Leandro Melito