O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (16). Foi a primeira conversa entre os líderes desde o agravamento da crise no Oriente Médio em 7 de outubro.
"A discussão centrou-se na situação de crise que surgiu como resultado da acentuada escalada do conflito palestino-israelense. O Presidente da Rússia expressou sinceras condolências às famílias e amigos dos israelenses falecidos, enfatizou sua forte rejeição e condenação de quaisquer ações que vitimizem a população civil, incluindo mulheres e crianças", diz o comunicado do serviço de imprensa do Kremlin.
Foi ressaltado também que "Putin informou sobre as medidas que a Rússia está tomando para ajudar a normalizar a situação, prevenir uma nova escalada de violência e prevenir uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza".
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O presidente russo também manteve diálogo com os principais líderes do Oriente Médio, realizando conversas nesta segunda-feira (16) com líderes Palestina, Egito, Irã e Síria. "Em particular, os pontos-chave dos contatos telefônicos de hoje com os líderes da Palestina, Egito, Irã e Síria foram comunicados ao lado israelita", diz o Kremlin.
"Foi confirmada a prontidão fundamental do lado russo para continuar conduzindo um trabalho direcionado no interesse de pôr fim ao confronto palestino-israelense e alcançar uma solução pacífica através de meios políticos e diplomáticos", acrescenta a mensagem.
Durante as conversas, os líderes da Palestina, Egito, Irã e Síria concordaram que era necessário alcançar um cessar-fogo rápido na região e estabelecer uma trégua humanitária. Entre outras coisas, Putin observou que qualquer forma de violência contra civis é inaceitável. Ele acrescentou que Moscou está pronta para fornecer assistência humanitária e coordenar esforços com todos os "parceiros de mentalidade construtiva" para interromper as hostilidades o mais rápido possível.
Na última sexta-feira (13), o presidente russo fez uma forte condenação ao cerco que Israel promove em Gaza. Putin chegou a comparar as ações israelenses com o cerco de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, classificando ambos os casos como "inaceitáveis".
"Nos Estados Unidos, estão surgindo avaliações do que está acontecendo e estão surgindo vários cenários. Entre outras coisas, diz-se que medidas militares e não militares podem ser tomadas em relação à Faixa de Gaza da mesma forma como durante o cerco de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial", disse Putin.
O presidente russo lembrou que mais de 2 milhões de pessoas vivem na Faixa de Gaza e "nem todos apoiam o Hamas". "Todos deveriam sofrer? Incluindo mulheres e crianças? É claro que dificilmente alguém concordará com isto", acrescentou Putin.
A Rússia apresentou nesta segunda-feira (16) um projeto de resolução sobre questões humanitárias ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a crise na Faixa de Gaza.
"O território deste enclave (Gaza) e os residentes dele estão realmente em estado de catástrofe humanitária", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguey Ryabkov.
O vice-chanceler enfatizou que as pessoas não recebem cuidados médicos e outras necessidades não são atendidas. Ryabkov acrescentou que, por seu lado, a Rússia está enviando todos os esforços na esfera política.
A Rússia propôs duas alterações ao projeto de resolução apresentado inicialmente pelo Brasil, contendo uma condenação dos ataques indiscriminados na Faixa de Gaza e um apelo a um cessar-fogo humanitário.
A expectativa é de que a votação sobre o projeto de resolução na ONU aconteça ainda nesta segunda-feira (16) às 17h (horário de Brasília).
Edição: Patrícia de Matos