Rio de Janeiro

SEGURANÇA PÚBLICA ?

Operação Maré chega ao 5° dia com uma morte e relatos de violações de direitos

Moradores do Conjunto de Favelas da Maré alegam que carros foram arrombados e casas invadidas por policiais

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A operação impactou as redes municipal e estadual de ensino; ao todo, 41 escolas municipais não funcionaram nesta segunda-feira (16) - Foto: divulgação/ Gov RJ

Tiroteio, pânico, morte, escolas e unidades de saúde fechadas. Os moradores do Conjunto de Favelas da Maré, na zona Norte do Rio de Janeiro, iniciaram a semana, mais uma vez, sob medo e insegurança no quinto dia da Operação Maré. De com a Polícia Militar, além da retomada de territórios e realizar prisões, os policiais visam remover barricadas usadas para bloquear as ruas da localidade.

Segundo o canal de mídia comunitária Maré Vive, houve violação de direitos durante a operação. A página afirma que carros foram arrombados e casas foram invadidas e saqueadas durante a incursão.

O Maré Vive também compartilhou um vídeo onde é possível ver pessoas se abrigando num valão enquanto policiais passam por uma rua. No áudio um homem fala que estava indo trabalhar. 

Os casos de violação de direitos estão sendo recebidos pela equipe da Redes da Maré do eixo Direito à Segurança Pública e acesso à Justiça que está de plantão no Polo da Redes na Vila do Pinheiro, na Via A1, S/N, ao lado do Ciep Gustavo Capanema. A organização também disponibiliza o WhatsApp (21) 99924-6462 para denúncias.

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O Brasil de Fato procurou a Polícia Militar para um posicionamento sobre as violações. A corporação informou que o Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) apura as denúncias.

Segundo a PM, as ações das equipes seguem pautadas por critérios técnicos e planejamento prévio, sempre alinhadas ao previsto na legislação vigente. 

“Cabe ressaltar que o comando da SEPM não compactua com quaisquer desvios de conduta ou crimes cometidos por policiais militares, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”, destaca a nota enviada à reportagem.

De acordo com a polícia, denúncias de violações podem ser enviadas para a Ouvidoria da SEPM através do telefone (21) 2334-6045 ou e-mail [email protected]. A corporação informa que a  Corregedoria Geral da SEPM também pode ser contatada pelo telefone (21) 2725-9098 ou ainda pelo site https://www.cintpm.rj.gov.br/. A PM destaca que o anonimato é garantido.

Morte

A ação desta segunda-feira (16) deixou um homem morto. De acordo o portal Terra, a corporação afirmou que ao entrar na comunidade com o blindado, os agentes foram recebidos a tiros por homens armados e houve confronto no local. Segundo a PM, após o término dos disparos, os policiais foram realizar o vasculhamento pelos becos da comunidade e se depararam com um homem armado.

Ainda conforme alegam os policiais militares à reportagem do portal, houve troca de tiros e o suspeito caiu no chão, mas foi socorrido e levado para o Hospital Getúlio Vargas, onde veio a óbito. Uma arma foi apreendida e o caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital.

Escolas e unidades de saúde fechadas

A operação impactou as redes municipal e estadual de ensino. Ao todo, 41 escolas municipais não funcionaram, afetando 13.799 alunos. Já na rede estadual, duas escolas, onde estudam cerca de 850 alunos, suspenderam as atividades.

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As clínicas da família Augusto Boal, Adib Jatene e Jeremias Moraes da Silva e o Centro municipal de Saúde Vila do João também suspenderam o atendimento. Já a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos não está fazendo as visitas domiciliares.

A ação desta segunda-feira ocorre nas comunidades Vila dos Pinheiros, Vila do João, Salsa e Merengue e Conjunto Esperança. A operação mobiliza equipes dos batalhões de Polícia de Choque (BPChq), de Operações Especiais (Bope) e de outras unidades do Comando de Operações Especiais (COE).  

O governo do estado do Rio divulgou na parte da tarde desta segunda-feira que o Batalhão de Ações com Cães (BAC) apreendeu nas comunidades do Timbau e Baixa do Sapateiro 6 bacias de skank de 3Kg, 25 pés de árvore de maconha, 19 bolas de cocaína de 2,5Kg cada, 30 Kg de árvore seca de maconha, 1.960 frascos com skank e 65 sacos de cocaína de 1 Kg 

*Com informações do Maré Vive, O Globo e Terra.
 

Edição: Jaqueline Deister