O exército israelense intensificou os ataques contra Gaza neste sábado (14). A ofensiva foi intensificada após o término do prazo imposto pelo governo de Israel para que a população deixasse suas casas até as 16h, no horário local (10h de Brasília).
Incialmente, o prazo anunciado por Tel Aviv se encerraria às 18h de sexta-feira (0h00 de sábado, horário local). No entanto, o governo israelense ampliou esse tempo em mais algumas horas.
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Os bombardeios se intensificaram apesar dos apelos do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para que Israel evite uma catástrofe humanitária. “Transferir mais de 1 milhão de pessoas através de uma zona de guerra densamente povoada para um local sem comida, água ou alojamento, quando todo o território está sob cerco, é extremamente perigoso e, em alguns casos, simplesmente impossível”, disse ele.
A relatora especial da ONU para os direitos humanos de refugiados internos, Paula Gaviria Betancur, também ressaltou que o deslocamento é inconcebível. “As transferências forçadas de populações constituem um crime contra a humanidade e a punição coletiva é proibida pelo direito humanitário internacional”, divulgou ela em um comunicado.
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De acordo com a agência da ONU em Gaza, um milhão de pessoas já tiveram de deixar suas casas na Faixa de Gaza desde o início dos bombardeios de Israel ao território. No entanto, ainda há famílias palestinas que tentam se deslocar para o sul.
A fronteira sul com com o Egito é a única saída por terra de Gaza, mas ela é fechada a cidadãos palestinos. A falta de abrigos e bunkers na zona de conflito potencializa a gravidade da situação. Neste sábado, os acordos entre Israel e Egito apontavam para a liberação de passagem apenas para estrangeiros, o que deve permitir que o grupo de brasileiros em Gaza, por exemplo, retorne ao Brasil. Mas palestinos que não têm uma segunda nacionalidade não poderão cruzar a fronteira, segundo o acordo em negociação, intermediado pelos Estados Unidos.
Processo de evacuação
O período de evacuação na região norte da Faixa de Gaza foi de caos. Logo depois do aviso inicial, grupos inteiros passaram a ser vistos nas ruas e estradas tentando uma saída. Com malas, trouxas, colchões e até animais, as pessoas se deslocam em veículos motorizados em péssimas condições, carroças, bicicletas e a pé.
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“Esqueça a comida, esqueça a eletricidade, esqueça o combustível. A única preocupação agora é se você vai conseguir, se vai sobreviver”, disse Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho, braço da Cruz Vermelha nos países muçulmanos à rede de notícias Al Jazeera. Segundo a agência, ele estava aos prantos na mensagem.
Edição: Geisa Marques