O segundo voo de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu de Israel rumo ao Brasil com 214 brasileiros que estavam no país. O avião, que decolou de Tel Aviv às 12h30 (de Brasília) desta quarta-feira (11), fará uma viagem de 14 horas até a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.Um cachorro e três gatos também estão a bordo.
Somando-se aos 211 passageiros da aeronave que chegou na madrugada desta quarta, já são 425 brasileiros retirados do território israelense. Ao todo, cinco voos devem chegar ao Brasil até o final de semana, segundo o governo brasileiro.
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Um total de 2,7 mil brasileiros preencheram formulários com o pedido de repatriação. No entanto, segundo o Ministério das Relações Exteriores, há casos de duplicidades que estão sendo avaliados. A prioridade é para os não residentes em Israel, pois não há meios para permanecer no país, além dos grupos considerados mais vulneráveis, como idosos, mulheres grávidas e crianças, informa a chancelaria brasileira.
“Vamos trazer todos de volta”, afirmou Aloyzio Mares Dias, diretor do Departamento de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares do Ministério das Relações Exteriores.
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Também nesta quarta, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que há brasileiros entre as pessoas mantidas reféns pelo grupo Hamas na Faixa de Gaza, além de estadunidenses, britânicos, franceses, alemães, italianos, argentinos, ucranianos e cidadãos de outros países. Não foi informada a quantidade e nem a identidade das vítimas.
O anúncio, feito por um porta-voz do Exército israelense, ainda não foi confirmado pela diplomacia brasileira, que também não confirmou o desaparecimento de uma terceira cidadã do país — até o momento, duas mortes de brasileiros foram registradas resultantes dos confrontos.
O que há de concreto até o momento é a informação de que o chanceler Mauro Vieira está em contato com seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry, para viabilizar a saída de 30 cidadãos brasileiros que estariam em Gaza. A porta de saída seria a cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, mas bombardeios na região dificultam a logística. Além disso, por se tratar de uma zona conflagrada, a passagem por Rafah tem abertura intermitente, obedecendo a uma dinâmica fronteiriça peculiar.
“Diante do cenário no momento, e apesar dos riscos na região, esse é o plano principal. Claro que qualquer outra oportunidade que surgir que seja mais segura, conforme a evolução do cenário, será considerada”, disse Mares Dias.
Lula pede humanidade
Nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo em defesa das crianças palestinas e israelenses. “É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra. É urgente uma ação humanitária internacional", disse.
Edição: Geisa Marques