Produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o custo de R$ 10, uma armadilha contra o mosquito Aedes aegypti foi comprada por R$ 400 pela Prefeitura de São Paulo. O contrato foi firmado, pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) gastou R$ 19 milhões para comprar 20 mil unidades do equipamento, valor que representa 28% de todo o orçamento da Covisa para 2023. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (10).
Em abril, os 20 mil equipamentos foram distribuídos entre os bairros de Itaquera, Brasilândia, Raposo Tavares, Jardim Ângela, Sacomã e Santa Cecília. De acordo com os boletins epidemiológicos da Prefeitura de São Paulo, houve uma queda de 11% nos casos de dengue nessas regiões em relação a 2022.
A Prefeitura comprou os 20 mil equipamentos da empresa holandesa In2care e ignorou a Estação Disseminadora de Larvicida (EDL), projetada em 2011 pela Fiocruz Amazônia. O equipamento é um balde plástico pintado de preto, que tem uma malha interna de piriproxifeno.
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Em entrevista à Folha, secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, afirmou desconhecer o produto brasileiro. "Não recebemos apresentação da Fiocruz de nenhuma armadilha de larvicida. Vou me informar. Porque se tem, vamos optar pelo nacional. Não tinha conhecimento."
Edição: Thalita Pires