Somente nos primeiros quatro meses deste ano, mais de 1,7 mil pessoas buscaram auxílio do Programa de Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) para parar de fumar, além daqueles que já estavam em tratamento. Esta terça-feira (29) marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data para alertar sobre os malefícios do tabagismo.
Na cidade do Rio, o tratamento para fumantes é oferecido nas unidades de atenção básica, como as Clínicas da Família e centros municipais de saúde. O protocolo utilizado é baseado no modelo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), com atendimentos individuais e coletivos.
"Temos grupos de abordagem cognitiva comportamental, com encontros semanais no primeiro mês de tratamento e, posteriormente, quinzenais. Até o usuário completar um ano sendo assistido pela nossa equipe, fazemos reavaliações mensais, de acordo com o método de reabilitação indicado para ele", explica Saul Bernardo, cirurgião dentista que atua no programa há 11 anos.
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De acordo com a SMS, a adesão ao tratamento é menor por parte dos jovens, apenas 111 tinham entre 18 e 29 anos. Por outro lado, aqueles que dão continuidade ao protocolo de recuperação obtêm sucesso.
Na Clínica da Família Maria do Socorro, que fica na Rocinha, na zona sul, a porcentagem de pacientes que abandonam o cigarro é de 70% por grupo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica, pois muitos fumantes iniciam o vício ainda na adolescência.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a experimentação do tabaco entre os adolescentes brasileiros ocorre em torno dos 16 anos. Ana Helena Rissin, da equipe técnica do Programa de Tabagismo, alerta que o consumo de nicotina nesta faixa etária está associado à oferta de novos produtos pela indústria do tabaco.
"Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), como cigarro eletrônico, vape, pen drive e tabaco aquecido, são diferentes nomes para uma nova forma de entregar nicotina e diversas substâncias tóxicas que elevam os níveis de dependência e exposição a doenças através de seus sabores, cheiros e cores", afirma Ana Rissin.
Edição: Clívia Mesquita