Rio de Janeiro

Violência

RJ: Vereadora Monica Benício registra queixa-crime depois de receber ameaças de "estupro corretivo"

A ameaça acontece nas vésperas do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Monica é lésbica e viúva da ex-vereadora Marielle Franco, assassina em março de 2018
Monica é lésbica e viúva da ex-vereadora Marielle Franco, assassina em março de 2018 - Gibran Mendes

A vereadora Monica Benicio (Psol) vai registrar uma queixa-crime na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), nesta terça-feira (22), após receber um e-mail contendo graves ameaças de "estupro corretivo" como forma de "tratamento" para reversão da sua orientação sexual. Monica é lésbica e viúva da ex-vereadora Marielle Franco, assassina em março de 2018.

O ameaçador, que se identifica como doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard, afirma que "lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa" e que ser sapatão é uma aberração. "Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração", diz no e-mail.

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A ameaça acontece nas vésperas do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto. Nas redes sociais, Monica lamentou ter que falar sobre a violência em momento tão próximo da data.

“Eu não queria interromper a programação dos nossos 10 dias de ação sapatão, que estão sendo lindos e revigorantes, por sinal, para dar esse tipo de notícia. Mas em uma sociedade misógina e lesbofóbica, não há trégua. E me recuso a me calar diante da violência”, disse a parlamentar.

Em outro trecho ela diz que não vai aceitar intimidações. “Não cheguei no parlamento sozinha, meu mandato é uma demanda de muitas mulheres e seremos cada vez mais (...) O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas”, afirma Monica.

Edição: Mariana Pitasse